Higienizar as compras é eficaz contra a covid-19?

7 de janeiro de 2022 4 mins. de leitura
O hábito de lavar ou passar álcool nas compras pode não ser efetivo contra a covid-19, mas tem suas vantagens para a saúde

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A chegada da pandemia de covid-19 causou uma série de transformações nos costumes das pessoas ao redor do mundo. Além do uso da máscara, do distanciamento social e da limpeza das mãos, mais um hábito se tornou um ritual: higienizar as compras e embalagens. 

A chance de que o Sars-CoV-2 sobreviva em uma superfície, em quantidade suficiente para que ocorra a transmissão é ínfima. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
A chance de que o Sars-CoV-2 sobreviva em uma superfície, em quantidade suficiente para que ocorra a transmissão é ínfima. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Recomendação por limpeza de superfícies

A falta de informações sobre o covid-19 pode ter feito os cientistas recomendarem que se pecasse pelo excesso. Estudos demonstram que a chance de pegar o vírus por contato com superfícies é bem menor do que se imaginava. Um dos primeiros fatos observados sobre o coronavírus foi que ele podia sobreviver por muitos dias em diferentes superfícies como roupas, vidros, balcões, maçanetas etc. 

Por isso, a recomendação era a limpeza constante dos ambientes com circulação de pessoas. Agora, baseado em novas evidências do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, novas diretrizes afirmam que a chance de contaminação nessa modalidade é de uma para 10 mil.

Isso não significa que ela é inexistente, mas sabe-se que para que haja transmissão a carga viral em determinada superfície tem que ser grande, o que não é tão comum, então tem de haver o contato com a mão e depois da mão com o rosto, e a transferência do vírus não é tão automática como se pensava. Assim, higienizar a mão depois do contato com as compras e evitar levá-las ao rosto já é suficiente para se proteger.

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Além disso, novos estudos sugerem que muito do que se achava que era o vírus nas superfícies podem ser apenas sua “carcaça”, ou seja, um vírus inativado que não irá gerar sintomas.

Protocolos pouco eficientes

A diretora do CDC, Rochelle Walensky, afirmou que um dos problemas do combate a pandemia foi a falta de informações que fez com que muitos países adotassem protocolos de segurança pouco eficientes. 

Atualmente, sabe-se que o maior meio de transmissão de covid-19 são os aerossóis, pelo ar, mesmo assim governos e empresas investem na desinfecção de superfícies e por vezes negligenciam o uso de máscaras e o controle do distanciamento social.

Máscara, distanciamento e higiene das mãos continuam sendo os protocolos de segurança mais efetivos contra covid-19. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Máscara, distanciamento e higiene das mãos continuam sendo os protocolos de segurança mais efetivos contra covid-19. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Higienização de alimentos

Apesar de as evidências que apontam que lavar as compras pode ser um exagero, o hábito adquirido por boa parte da população pode oferecer benefícios. Especialistas afirmam que a lavagem apenas com água corrente de frutas e verduras não cozidas pode não ser suficiente para tirar os microrganismos e substâncias como agrotóxicos e pesticidas que podem estar presentes. Para uma lavagem efetiva pode-se seguir este roteiro:

  • retirar as partes machucadas;
  • usar água e sabão e escovar os alimentos;
  • frutas e verduras com casca podem ser deixadas de molho em uma mistura de 1 litro de água com uma colher de bicarbonato de sódio ou de água sanitária;
  • usar água potável para retirar eventuais excessos de bicarbonato ou água sanitária.

Fonte: GZH, Tua Saúde, Consul, Olhar Digital.

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