O que é síndrome de Turner e as principais características dela?  

26 de setembro de 2022 4 mins. de leitura
Doença genética afeta os cromossomos de meninas e gera características físicas como baixa estatura

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As doenças genéticas são derivadas de alterações em genes ou cromossomos de pessoas e podem se manifestar desde o nascimento da criança ou se manterem silenciosas. No caso da síndrome de Turner, uma das principais doenças genéticas conhecidas, só meninas são acometidas e estima-se, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que 16 mil brasileiras convivem com a síndrome.

A atenção médica à condição é tão significativa que, em 2020, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou o fornecimento de tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). Saiba como funciona a síndrome e quais são as características dela.

O que é a síndrome de Turner?

Essa síndrome é uma doença genética cromossômica rara, isto é, ela afeta as estruturas dos cromossomos de pessoas, fazendo que indivíduos possam não ter um cromossomo, ter uma parte ou tê-lo duplicado.

A comorbidade causa alterações nos cromossomos sexuais femininos, fazendo que haja ausência total ou parcial de um dos cromossomos X. Por isso, também é conhecida como monossomia do X ou disgenesia gonadal.

Dessa forma, somente meninas desenvolvem a síndrome, que é responsável por características específicas, como:

  • baixa estatura;
  • pescoço curto;
  • atraso na puberdade.
Síndrome de Turner é uma doença genética que acomete apenas meninas. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

Além disso, a síndrome pode ser diagnosticada em diferentes fases da vida das mulheres.

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Sintomas da doença

Existem diferentes indicadores da doença, porém, é importante ressaltar que apresentar um ou mais sinais não significa que existe um diagnóstico. Para isso, é preciso procurar fazer o acompanhamento médico necessário.

Os principais sintomas podem ser percebidos de maneira distinta, conforme a fase da vida:

  • pré-natal — anormalidades no coração e nos rins do feto;
  • nascimento ou infância — orelhas baixas, mamilos espaçados, dificuldades de crescimento, problemas cardíacos, dedos curtos nas mãos e pés;
  • da infância à idade adulta — atraso na puberdade, ciclos menstruais irregulares e até com ausência de menstruação, problemas de fertilidade.

Como a doença é diagnosticada?

Cada fase da vida da paciente poderá levar a uma suspeita da doença a partir de indícios diferentes. Por isso, a doença pode ser diagnosticada quando ainda se é um feto, na infância, na puberdade ou na vida adulta.

Após análise clínica dos sintomas, o diagnóstico é realizado da seguinte forma:

  • na gravidez — realiza-se um exame para analisar o quantitativo e a estrutura dos cromossomos do bebê, sendo que a coleta é feita por amostra do líquido amniótico;
  • na infância ou na puberdade — o mesmo tipo de exame é realizado, mas, em ambos os casos, a coleta é feita por amostra de sangue, de pele ou da mucosa da boca;
  • na vida adulta — quando se chega à maioridade sem diagnóstico, é comum que a doença tenha ficado silenciosa, só sendo identificada após avaliação médica sobre a infertilidade da mulher.

Quais são as opções de tratamento?

Como a doença não tem cura, suas opções de tratamento visam controlar e minimizar os efeitos dos sintomas, levando a uma maior qualidade de vida.

O principal tratamento acontece por meio de reposição hormonal, mas também é necessária uma abordagem que engloba diferentes especialistas para acompanhar possíveis problemas cardíacos, renais e mentais, tendo em vista que a doença pode afetar as emoções das pacientes.

A síndrome de Turner não tem cura, mas reposição hormonal ajuda a controlar os sintomas. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
A síndrome de Turner não tem cura, mas reposição hormonal ajuda a controlar os sintomas. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Os tratamentos devem ser conduzidos por endocrinologistas e consistem nas seguintes terapias hormonais:

  • com hormônio do crescimento — colabora com o crescimento da criança, precisando ser administrado o mais cedo possível na vida da paciente;
  • com estrogênio e progesterona — contribui para o desenvolvimento sexual, sendo preciso iniciar o tratamento com estrogênio e, depois, com a progesterona para iniciar os ciclos menstruais.

A distribuição no SUS do biofármaco somatropina pela Fiocruz ampliou o acesso de brasileiras ao tratamento para a síndrome.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião de nossos parceiros especialistas em Saúde.

Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), eCycle, The New York Times.

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