Remédio destinado a pacientes adultos hospitalizados reduz significativamente as mortes pela doença
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O baricitinibe se tornou o primeiro medicamento aprovado no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da covid-19. O Ministério da Saúde autorizou o uso em portaria publicada no Diário Oficial de 1º de abril, dois dias após a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no SUS.
Há um prazo de 180 dias para que o medicamento, com nome comercial Olumiant, seja ofertado pelo SUS. O remédio já está disponível para o tratamento de artrite reumatoide, doença inflamatória que afeta as articulações; seu uso direcionado a dermatite atópica também já havia sido aprovado no Brasil.
Segundo o Ministério da Saúde, o baricitinibe é indicado para o tratamento da covid-19 em “pacientes adultos hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva”.
Administrado via oral, age no sistema imune, reforçando defesas do organismo e auxiliando na recuperação de quadros inflamatórios que, em casos graves da doença, podem levar a falência múltipla de órgãos, síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) e pneumonia.
Pesquisas apontam que, junto de procedimentos clínicos já adotados, o baricitinibe pode reduzir a mortalidade de pacientes por covid-19 de forma significativa. Um estudo financiado pela Eli Lilly and Company, fabricante do medicamento, indicou redução potencial de 38% de mortes em 28 dias de tratamento.
Análises também revelaram que, em combinação com corticosteroides, o medicamento pode contribuir para que o paciente não necessite de ventilação mecânica em casos graves da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que o baricitinibe é altamente recomendado para pacientes com a doença na forma grave. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do medicamento em adultos em setembro de 2021.
A falta de acesso a meios de tratamento para a covid-19 no Brasil vem sendo criticada por especialistas, que citam como motivos o alto custo estabelecido pelas farmacêuticas e a demora do Ministério da Saúde em avaliá-los.
O baricitinibe é um exemplo: questões relacionadas à propriedade intelectual do remédio impedem que ele seja produzido em sua versão genérica, que é mais barata e acessível. Segundo a organização Médicos sem Fronteiras (MSF), o tratamento genérico produzido na Índia, por exemplo, custa quase 400 vezes menos que o preço cobrado pela Eli Lilly and Company, farmacêutica estadunidense que detém patentes do fármaco em diversos países.
Além disso, a demora na incorporação de tratamentos no SUS contribui para a intensificação da desigualdade social, com pessoas dependentes do sistema público de saúde não tendo a possibilidade de tratar a doença.
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Fonte: Governo do Brasil, National Libary of Medicine, Agência Bori, Conitec, Doctors Without Borders, The Lancet, Estadão.