Remédios essenciais contra a covid-19 podem faltar em São Paulo

15 de abril de 2021 4 mins. de leitura
Levantamento do Conselho Regional de Farmácia aponta que remédios para intubação estão escassos no Estado

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Um levantamento feito pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) aponta que o estoque de medicamentos, equipamentos de proteção individual (EPI) e insumos podem faltar nos hospitais das redes pública e privada do estado. Na lista de remédios, está o kit intubação, que vem sendo muito utilizado nos pacientes com covid-19.

Segundo o documento, entre os 234 farmacêuticos que responderam ao questionário da pesquisa, 77,8% registraram desabastecimento de remédios nas unidades onde atuam, 53% têm falta de EPI e 44% sofrem com a escassez de insumos.

Mais de 77% dos hospitais apresentou desabastecimento de remédios, incluindo os do kit intubação usados em pacientes com covid-19
Mais de 77% dos hospitais apresentaram desabastecimento de remédios, incluindo os de kit intubação usados em pacientes com covid-19. (Fonte: CRF-SP/Reprodução)

Entre os remédios mais apontados pelas respostas da pesquisa, estão os sedativos midazolam, fentanil e propofol, além de neurobloqueadores musculares, como atracúrio, rocurônio e cisatracúrio. Essas substâncias fazem parte do chamado kit intubação, administrados em pacientes que apresentam falência respiratória grave ou outros problemas sérios, como estados críticos da covid-19.

Os índices da rede privada

Entre os 103 hospitais privados pesquisados, 77 apresentam estoques de remédios desabastecidos, 27 sofrem com a falta de produtos para a saúde e outros 29 estão com falta de EPIs.

Segundo o CRF-SP, dos 103 estabelecimentos privados pesquisados seis apresentaram danos ao paciente por conta da falta de remédios ou insumos, sendo que em três deles houve óbitos.

Os índices da rede pública

Já na rede pública por parceria privada ou terceirização, entre os 43 hospitais pesquisados, 32 estão com desabastecimento de medicamentos, oito sofrem com a falta de EPI, nove apresentam escassez de insumos e um registrou desabastecimento de oxigênio medicinal. Em quatro, dos 42 estabelecimentos públicos pesquisados, a falta de remédios ou insumos causou danos ao paciente.

Nos hospitais públicos de administração direta, entre os 38 pesquisados, 34 estão com o desabastecimento de remédios, 15 registraram a falta de EPI, 12 deles estão com falta de insumos e em dois há registro de escassez de oxigênio medicinal. De acordo com o levantamento, em 11 dos 38 hospitais públicos que participaram da pesquisa, houve danos ao paciente e, em dois, foram registrados óbitos.

Hospitais filantrópicos e beneficentes

Os índices do CRF-SP revelam que entre os 41 hospitais filantrópicos da pesquisa, 32 registraram estoques de remédios desabastecidos, 14 sofrem com a falta de EPI, dez apresentam falta de produtos para a saúde e um sofre com a escassez de oxigênio medicinal.

Já entre os quatro hospitais beneficentes pesquisados, todos apresentaram desabastecimento de medicamentos, e dois sofrem com a escassez de EPI. Não houve registros de falta de insumos.

Em dois dos hospitais filantrópicos e em um dos beneficentes, houve danos aos pacientes por conta da falta de remédios e insumos.

Os motivos da falta de remédios e insumos

Principais causas da falta de remédios e insumos utilizados contra o coronavírus são a alta demanda e escassez de mercado. (Fonte: Freepik)
Principais causas da falta de remédios e insumos utilizados contra o coronavírus são a alta demanda e escassez de mercado. (Fonte: Freepik)

Segundo o CRF-SP, os principais motivos registrados para a falta de remédios e insumos foi a escassez de mercado e o aumento da demanda. Para o desabastecimento de EPIs, a principal explicação é o alto preço impraticável e também a alta inesperada de demanda.

Em release oficial do CRF-SP, o Dr. Marcelo Polacow, vice-presidente do conselho, afirmou que abrirá um canal de contatos com todas as esferas governamentais para levar o problema da falta de remédios e insumos adiante. 

“Quem mais sofre com essa situação são os profissionais da Saúde que estão na linha de frente e a população, acima de tudo. Não será por falta de planejamento e preocupação que vamos vivenciar aqui o que o estado do Amazonas, por exemplo, vivenciou”, ele disse. 

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Fonte: CRF-SP.

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