Surto internacional de hepatite: o que se sabe até agora?

8 de junho de 2022 4 mins. de leitura
Cientistas suspeitam que casos agudos da doença tenham relação com adenovírus.

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Um surto de hepatite de causas desconhecidas vem afetando crianças de todo o mundo. Em 6 de maio de 2022, o Ministério da Saúde divulgou que sete casos suspeitos estão sob investigação no Brasil, três no Estado do Paraná e quatro no Rio de Janeiro. Foram mais de 200 ocorrências identificadas no mundo.

A inflamação no fígado foi detectada em pessoas de 1 mês a 16 anos de idade, sendo que muitos apresentaram dor abdominal, diarreia e vômito. A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou a morte de uma criança. Além disso, houve a necessidade de transplante em cerca de 10% dos casos.

Onde está ocorrendo o surto de hepatite?

A maioria das infecções registradas pertence à Europa, especialmente ao Reino Unido, que fez o primeiro relato do surto em 5 de abril deste ano. Argentina, Israel e Estados Unidos também apresentaram casos.

Outros casos vêm sendo notificados pelo mundo, incluindo a morte de três crianças na Indonésia em abril. Além de sintomas gastrintestinais, elas apresentavam febre, convulsões, perda de consciência e icterícia (olhos e pele amarelados).

Quais são as causas do surto de hepatite?

As causas ainda não são conhecidas, mas cientistas suspeitam ter relação com o adenovírus 41. A virose é comum em crianças, provocando sintomas gastrintestinais como os que vêm sendo relatados, mas não costuma ser associada à hepatite.

O patógeno foi encontrado em 40 de 53 casos testados no Reino Unido. Além disso, o sistema de saúde local avaliou que a circulação do adenovírus entre crianças está mais alta do que em anos anteriores, afetando principalmente a faixa etária de um a quatro anos.

Crianças de até 5 anos são maioria das acometidas por inflamação no Reino Unido.
Crianças de até cinco anos são maioria das acometidas por inflamação no Reino Unido. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Outros fatores também são investigados pelas autoridades, incluindo possíveis relações com a covid-19. Segundo a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, há a possibilidade de que, com a pandemia, crianças pequenas tenham sido menos expostas ao vírus, agora estando mais suscetíveis. Também é uma hipótese que tenham acontecido alterações no genoma do adenovírus.

É importante destacar que, segundo a OMS, a grande maioria das crianças afetadas não tinha tomado a vacina contra a covid-19, excluindo a possibilidade de relação com efeitos secundários da imunização.

O que é hepatite?

A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ocorrer por motivos diversos. É comum que seja provocada pelos vírus A, B, C, D e E, que não foram detectados na crise atual.

Entre seus sintomas, estão icterícia (olhos e pele amarelados), urina de coloração escura, vômito, diarreia, dor abdominal (especialmente na parte superior, onde fica o fígado) e cansaço. Em casos mais graves, pode comprometer as funções do fígado e levar à necessidade de transplante desse órgão.

Cientistas recomendam que crianças e cuidadores lavem as mãos corretamente para evitar possíveis transmissões da doença que provoca hepatite.
Cientistas recomendam que crianças e cuidadores lavem as mãos corretamente para evitar possíveis transmissões do vírus que provoca a hepatite. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos recomenda que sejam seguidas ações preventivas comuns, como:

  • evitar contato com pessoas doentes;
  • utilizar máscara;
  • não levar as mãos aos olhos, ao nariz ou à boca;
  • realizar medidas de higiene básica, como lavagem das mãos com água e sabão, ou com álcool em gel 70%.

Além disso, sugere-se que os pais prestem atenção principalmente ao aparecimento de sintomas de icterícia, buscando orientação médica.

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Fonte: World Health Organization, Gov.UK, Bloomberg, World Health Organization, CDC, TuaSaúde, Sírio-Libanês, Agência Brasil

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