Como os profissionais da Saúde devem se portar nas redes sociais?

9 de janeiro de 2021 5 mins. de leitura
Médicos e enfermeiros precisam estar atentos à exposição nas redes sociais para preservar sua reputação

A cada ano que passa, as redes sociais se transformam em ferramentas mais presentes e influentes no dia a dia das pessoas. O Brasil é um país de pessoas extremamente conectadas à internet e às redes sociais — em 2020, houve um crescimento de 6% no número de internautas brasileiros. 

Brasil e conexão

A pesquisa Digital in 2020, feita pelo site We Are Social e a empresa norte-americana Hootsuite, mostra que cerca de 97% da população brasileira está conectada à internet em smartphones. Nesse sentido, no que se refere especificamente aos aplicativos, 67% dos brasileiros são usuários ativos das redes sociais — índice que cresceu 8,2% neste ano. 

Esse levantamento também apresenta que a população brasileira está em terceiro lugar no quesito “tempo de uso” desses aplicativos, com uma média de 3 horas e 31 minutos diários (navegando pelos feeds e timelines) — ficando 1 hora e 9 minutos acima da média mundial. Desse modo, o Brasil perde apenas para as Filipinas e a Colômbia, onde as pessoas passam, respectivamente, 3 horas e 53 minutos e 3 horas e 45 minutos nas redes sociais.

Entre os aplicativos, destacam-se o Youtube, o Facebook, o WhatsApp, o Instagram e o Twitter, que são os cinco principais utilizados pelos brasileiros. Dentre os usuários dessas redes, estão os profissionais da Saúde, que as utilizam como forma de lazer e também de marketing, envolvendo divulgação de trabalhos realizados e de clínicas onde estão inseridos. 

O uso excessivo de celulares também favorece a expansão das redes sociais no cotidiano. (Fonte: Shutterstock)
O uso excessivo de celulares também favorece a expansão das redes sociais no cotidiano. (Fonte: Shutterstock)

Profissionais da Saúde nas redes sociais

Na Saúde, as redes sociais podem ser grandes aliadas de clínicas e médicos que buscam expandir o negócio. O Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) defende que essas plataformas são ambientes muito positivos para as pessoas poderem conhecer profissionais e serviços oferecidos. 

Isso porque as redes sociais são locais de comunicação ágil, nos quais um sentimento de conexão entre as pessoas pode ser criado, tornando-se um espaço que “rompe barreiras” ao mostrar fatos cotidianos de profissionais da Saúde e, com isso, familiarizar o cliente em relação à clínica ou ao médico que está escolhendo ou procurando.

Entretanto, essas possibilidades criadas pelas redes sociais precisam ser utilizadas com cautela, já que uma exposição excessiva pode acabar causando um resultado contrário e prejudicando os profissionais. 

Riscos do uso das redes sociais

O IBC apresenta algumas questões que podem acabar difamando a imagem de qualquer usuário de redes sociais, como o vazamento de informações pessoais ou uma administração imatura dos aplicativos.

Maeve de Nóbrega, especialista em Marketing Médico, afirma que os profissionais da Saúde nas redes sociais também estão sujeitos a passar por isso, portanto eles devem tomar cuidado ao lidar com pacientes, atuais ou futuros, no ciberespaço.

As redes sociais estão constantemente presentes em nossos smartphones. (Fonte: Shutterstock)
As redes sociais estão constantemente presentes em nossos smartphones. (Fonte: Shutterstock)

Cuidados nas redes sociais para os profissionais de Saúde

A especialista em Marketing Médico defende que o cuidado e a noção iniciais que os profissionais da Saúde precisam ter em mente é: eles são pessoas que promovem saúde, segurança e vida. Por conta disso, é importante que as postagens feitas nas redes sociais façam os pacientes enxergarem exatamente isso.

Outra questão importante é não se inspirar no jeito que blogueiros e influencers usam as redes sociais, porque eles compartilham situações do dia a dia e questões pessoais, como almoço, trânsito no carro, gostos e aspectos do gênero. 

Se a conta é profissional e o intuito é expandir a imagem da clínica ou do médico, é preciso apresentar informações benéficas e que gerem um debate construtivo com quem a acessa. Assim, os profissionais de Saúde poderão repassar conhecimentos e atingir possíveis novos pacientes.

Caso a conta apresente uma mistura entre profissional e pessoal, é importante lembrar que alguns pacientes podem ter acesso ao que está sendo postado. Dessa forma, quando for publicar algo respectivo à rotina, é ideal transmitir hábitos e alimentos adequados, ou seja, atividades que promovam um estilo de vida saudável. 

Regras do Conselho Federal de Medicina para o uso de redes sociais

O Conselho Federal de Medicina (CFM) elenca algumas regras que precisam ser seguidas pelos profissionais da Medicina quando utilizam as redes sociais. Entre elas, destacam-se as de não:

  • fazer propaganda;
  • fazer promoções;
  • se autoproclamar “melhor médico” ou “melhor clínica”;
  • adulterar dados estatísticos para benefício próprio;
  • divulgar especialidade não reconhecida pelo CFM;
  • informar valores de consulta e procedimentos;
  • expor pacientes ou resultados de procedimentos médicos.
Informar sobre um estilo de vida saudável é uma boa opção para os profissionais da Saúde nas redes sociais.(Fonte: Shutterstock)
Informar sobre um estilo de vida saudável é uma boa opção para os profissionais da Saúde nas redes sociais.(Fonte: Shutterstock)

Portanto, esses profissionais podem ter as redes sociais como possíveis aliadas na transmissão de uma boa educação em relação à saúde. Logo, se tomarem todos os cuidados para a interação ocorrer de modo positivo, será possível também expandir a própria imagem ou a da clínica onde trabalha.

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Fonte: Medicina S/A, Digital in 2020 Mundo, Digital in 2020 Brasil e Com School.

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