Espondilite anquilosante é uma doença autoimune e sem cura que afeta majoritariamente homens entre 20 anos e 40 anos
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A espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crônica pertencente ao grupo das espondiloartrites soronegativas, que engloba condições como artrite psoriásica, artrite reativa e artrite enteropática. Além disso, a EA é uma condição autoimune, causada por uma falha no sistema imunológico, que ataca as células e os tecidos saudáveis do corpo.
Não se sabe o que leva o organismo a agir dessa maneira, mas o que ocorre é que, quando o sistema imunológico da pessoa com espondilite anquilosante é “ativado”, ele ataca especialmente a coluna e as articulações dela. Devido à inflamação, os ligamentos podem sofrer ossificação, que é quando os ossos passam a se fundir uns aos outros e tornam a coluna dura e inflexível.
Por ser uma doença reumática sistêmica, pode também afetar outras partes do corpo conforme avança. Em quadros mais graves, pacientes podem apresentar lesões oculares (uveíte), doença cardíaca espondilítica, fibrose pulmonar, colite ulcerativa ou psoríase.
Os primeiros sinais da espondilite anquilosante costumam aparecer da fase final da adolescência até os 30 anos, mas podem se iniciar em qualquer idade. Na enorme maioria dos casos, o primeiro sintoma da doença é a dor lombar persistente, junto de rigidez na coluna, sendo normalmente pior durante a manhã ou após longos períodos de inatividade.
Nesse sentido, ao contrário de outros tipos de problema que acometem a coluna, a dor e a rigidez costumam se abrandar com o movimento e aumentar durante os períodos de repouso.
Outro sintoma da espondilite é o comprometimento progressivo da expansão dos pulmões, que passam a sofrer com rigidez e alterações da estrutura corporal. Isso porque os ossos das costelas (adjacentes à coluna) podem também ficar inflamados e fundidos uns aos outros, dificultando o movimento na região e podendo levar a um quadro de fibrose pulmonar.
Com a evolução da doença, alguns sintomas podem se agravar e outros podem aparecer, como:
A espondilite anquilosante deve ser diagnosticada por reumatologistas, que são especialistas em artrites e doenças autoimunes. Para isso, primeiramente é realizada uma análise clínica do histórico do paciente e são feitos exames físicos no consultório.
Como forma de obter um diagnóstico preciso, são solicitados exames de imagem (radiografia das articulações sacrilíacas ou ressonância magnética). Em alguns casos, o médico pode pedir, ainda, exame de sangue para investigar a presença do alelo HLA-B27 no DNA do paciente — sendo esse um dos possíveis responsáveis genéticos pela doença.
Quando não tratada, a espondilite continua principalmente a provocar fusão e rigidez dos ossos, podendo prejudicar outros órgãos (como os pulmões) e irradiando a inflamação para outras articulações, causando dor. Outras complicações são artrose dos quadris e manifestações concomitantes de outras doenças, como colite ulcerativa e psoríase.
Uma vez que a espondilite anquilosante é uma doença autoimune, ela não tem cura. Por isso, o tratamento consiste em métodos para aliviar os sintomas, reduzir o risco de deformidades na coluna, evitar inflamação generalizada e aparecimento de doenças paralelas.
Para isso, é recomendada a prática de exercícios físicos direcionados e fisioterapia, uma vez que a dor diminui com o movimento e as atividades aumentam o fortalecimento muscular. O médico também pode prescrever o uso de medicamentos para diminuir a dor e, em casos mais graves da doença, pode ser necessária uma cirurgia para substituir a articulação do quadril.
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Homens entre 20 anos e 40 anos compõem o grupo principal acometido pela doença, mas mulheres também estão sujeitas (um em cada quatro casos). Como a causa exata é desconhecida, indica-se que o principal fator de risco seja predisposição genética.
A doença é significativamente mais frequente em pessoas que herdam o alelo HLA-B27: 90% dos pacientes com espondilite anquilosante apresentam esse marcador. No entanto, mesmo com a presença genética do alelo, algumas pessoas nunca desenvolvem a doença.
Fonte: ITC Vertebral, Reumatocare, Hospital Santa Lúcia