A proteção ampliada está presente nas pessoas que se vacinaram e foram infectadas pelo Sars-CoV-2
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Pessoas que tomaram pelo menos duas doses de vacina contra a covid-19 e testaram positivo para o coronavírus, antes ou depois da aplicação da imunização, têm menos chance de apresentar quadros graves da doença graças à imunidade híbrida. Foi o que concluíram autores de um estudo publicado na revista The Lancet Infectious Diseases, em 18 de janeiro.
Segundo a investigação, liderada por pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um indivíduo com imunidade híbrida tem risco reduzido em até 95% de desenvolver sintomas graves de covid-19 ou de ser internado em decorrência dela. A proteção se mantém alta por 12 meses.
Esse tipo de imunidade resulta da combinação da proteção promovida pela vacinação com a defesa natural, surgida quando alguém é infectado pelo Sars-CoV-2, conforme a OMS. Com o alto número de casos e uma quantidade considerável de vacinados, estima-se que muitas pessoas tenham a proteção associada.
Já infectados pelo coronavírus que não se vacinaram apresentaram risco 75% menor de desenvolver as formas mais graves da doença ou de ser hospitalizados no período de um ano. A descoberta reforça a importância das vacinas mesmo depois de a pessoa ter testado positivo para a covid-19.
No estudo, foram analisadas informações de 26 outras pesquisas, com diferentes metodologias, disponíveis em bancos de dados internacionais e portais científicos. Os materiais compreendiam registros de infecções entre 1º de janeiro de 2020 e 1º de junho de 2022.
Durante a análise dos conteúdos, os autores também descobriram menor propensão à reinfecção pelo Sars-CoV-2 entre indivíduos com imunidade híbrida, embora inferior à proteção contra as formas graves. Cerca de seis meses após a primeira dose de reforço, o risco era diminuído em aproximadamente 47%.
Um ano após as duas doses, a probabilidade de pegar a doença novamente foi reduzida em 42%. Já entre aqueles que obtiveram apenas a imunidade natural, a chance de contrair o vírus mais uma vez era 25% menor, no mesmo período.
Mais transmissível do que as cepas anteriores, a variante ômicron, identificada pela primeira vez em novembro de 2021, foi responsável pelo grande número de pessoas com a proteção combinada, segundo os autores do estudo atual. Apesar da alta transmissibilidade, ela gera sintomas mais brandos.
Oferecendo proteção comparável à das vacinas, especialmente nos primeiros seis meses após a infecção, a imunidade natural começa a diminuir com o passar do tempo. Basicamente o mesmo processo ocorre com os imunizantes que introduzem anticorpos no organismo, como demonstraram vários estudos.
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Ao combinar as duas formas de proteção, o organismo obtém uma defesa muito maior do que quando a pessoa opta somente pela imunidade fornecida naturalmente, ganhando mais força para evitar os quadros graves.
Os pesquisadores sugerem que a vacinação em massa aconteça antes do inverno, quando normalmente há aumento de casos de covid-19, para que haja eficácia ainda maior da imunidade híbrida.
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