Imunologia e imunopatologia da covid-19

2 de maio de 2022 4 mins. de leitura
Como a imunologia e a imunopatologia do vírus pode auxiliar no combate à doença?

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Desde o começo da crise sanitária gerada pelo Sars-CoV-2, cientistas estão buscando entender melhor as características e singularidades do novo coronavírus, responsável pela covid-19. Em março de 2022, uma pesquisa publicada na revista online Science apresentou resultados que podem ajudar no entendimento dos efeitos da doença no organismo humano.

O estudo foi financiado pelo National Cancer Institute (NCI) e National Institutes of Health (NIH), ambos dos Estados Unidos. As cientistas Miriam Merad, Catherine Blish, Federica Sallusto e Akiko Iwasaki buscaram definir a imunologia e a imunopatologia da covid-19.

O primeiro passo é entender o que são essas duas coisas e quais são as diferenças entre elas. Resumidamente, a imunologia faz referência à estrutura viral do Sars-CoV-2, mostrando como se caracteriza o novo coronavírus. Já a imunopatologia analisa a interação da doença com as células do sistema imune dos hospedeiros.

A composição completa do Sars-CoV-2. (Fonte: Shutterstock/Orpheus FX/Reprodução)
A composição completa do Sars-CoV-2. (Fonte: Shutterstock/Orpheus FX/Reprodução)

A imunologia da covid-19

Quando se fala na imunologia da doença, é investigada a estrutura viral do Sars-CoV-2. Os coronavírus, de maneira geral, são vírus envelopados com um genoma de fita de ácido ribonucleico (RNA) de sentido positivo.

Em específico, o Sars-CoV-2 faz parte do gênero Betacoronavirus, que também inclui o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave (Sars-CoV), de 2002, e o coronavírus da síndrome respiratória do Oriente Médio (Mers-CoV), de 2012, considerados “irmãos” do novo coronavírus.

Na composição do vírus estão a proteína membranar, proteína S, proteína do envelope, hemaglutinina esterase, bicamada lipídica, nucleocapsídeo e o RNA. Com o Sars-CoV, o novo coronavírus compartilha 73% de semelhança, o que auxilia na investigação da patologia provocada.

Imunopatologia da covid-19

A imunopatologia é a interação do Sars-CoV-2 com as células do hospedeiro, causando reação inflamatória, principalmente em vias aéreas e em vasos sanguíneos, levando aos sintomas respiratórios e a predisposição a eventos trombóticos. Portanto, é a relação entre a covid-19 e o organismo do paciente, a qual ocorre em duas fases.

A primeira fase é quando ocorre a replicação viral, que se transforma em dano tecidual causado pelo vírus. A partir do quão danoso foi esse primeiro contato é que se torna possível determinar a patogênese da fase secundária.

A segunda fase é caracterizada pela resposta inflamatória local e sistêmica, causada pelo recrutamento de células imunes. Essa inflamação pode persistir mesmo após o organismo conseguir eliminar o vírus.

Ilustração 3D do Sars-CoV-2 sendo combatido por anticorpos. (Fonte: Shutterstock/Kateryna Kon/Reprodução)
Ilustração 3D do Sars-CoV-2 sendo combatido por anticorpos. (Fonte: Shutterstock/Kateryna Kon/Reprodução)

Como está ligada ao pulmão, o órgão é o principal afetado pelo desenvolvimento da doença, estando associada à deposição de microtrombos e permeabilidade vascular no local. O pulmão também sofre com lesão viral direta nas células teciduais, vasos ou neurônios.

Além dos que envolvem o pulmão, inúmeros outros sintomas sistêmicos são consequência da doença. Segundo o estudo financiado pelo NCI e pelo NIH, cerca de metade das pessoas diagnosticadas com a doença causada pelo novo coronavírus apresentam disfunção olfativa, ou seja, perda ou alteração do olfato.

Outros sintomas mencionados são os gastrointestinais e disfunções cardíacas, hepatobiliares e renais. Conforme o estudo, mesmo com vários riscos de desenvolver a versão grave da covid-19, ainda não se compreende completamente o que leva a esses quadros mais sérios de infecção.

Quer saber mais? Confira a opinião e a explicação de nossos parceiros especialistas em Saúde.

Fonte: Science Org, Asbai, Jornal Vascular Brasileiro, Covid Reference, Observatório de Evidências Científicas Covid-19.

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