A síndrome grave tem relação com a ruptura do tecido muscular e manifestações clínicas variáveis
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Pessoas com urina escura podem sofrer de diferentes tipos de males, de uma simples desidratação a problemas nos rins. Porém, também existe a chance de que a tonalidade mais forte do líquido tenha relação com a rabdomiólise, síndrome grave surgida a partir de uma lesão muscular direta ou indireta.
A doença é caracterizada pela destruição das fibras musculares, processo que leva à liberação de substâncias presentes no interior das células dos músculos na corrente sanguínea. Em meio ao material, pode estar a mioglobina — proteína responsável por transportar e armazenar oxigênio nos miócitos —, a creatina quinase e eletrólitos.
Em um quadro normal, os rins filtram as substâncias sem maiores dificuldades, eliminando-as pela urina, mas o excesso desses conteúdos é problemático. As altas concentrações de mioglobina podem sobrecarregar e danificar os rins, resultando em lesão renal aguda, além de afetar outros órgãos.
Com relação às causas da rabdomiólise, as mais comuns são os traumas e o excesso de exercícios físicos que geram danos aos músculos, comprometendo o fluxo sanguíneo. O vazamento das substâncias também pode ter relação com o abuso de álcool e drogas, uso prolongado de certos medicamentos e doenças genéticas.
Além da urina escura, apresentando tons amarronzados ou avermelhados devido à quantidade excessiva de mioglobina no sangue, os sintomas clássicos da doença incluem dor nos músculos e fraqueza. Inchaço, rigidez muscular, dor nas articulações, dor nos rins, náuseas e vômitos também podem aparecer.
Dependendo do quadro clínico, que varia conforme a causa da lesão muscular original, há ainda a possibilidade de sinais como sensação de mal estar geral, cãibras, dificuldade para movimentar braços e pernas, febre e confusão mental. A lesão renal aguda geralmente ocorre em 15% a 50% dos casos de rabdomiólise.
Ocasionalmente, a situação do paciente pode se complicar devido à coagulação intravascular disseminada, com a presença de pequenos coágulos no interior dos vasos sanguíneos. Neste caso, há risco de obstrução vascular e insuficiência de múltiplos órgãos, exigindo cuidados ainda maiores.
Na presença dos sintomas mencionados, é preciso procurar um médico, que avaliará o histórico de saúde da pessoa. Baseado na investigação inicial, o profissional poderá solicitar exames de sangue e urina para conferir os níveis de eletrólitos circulando no corpo e confirmar o diagnóstico de rabdomiólise.
A terapia inclui a reposição de fluidos por via intravenosa para eliminar os eletrólitos e a mioglobina dos rins, cuidando da lesão renal aguda, e a realização de hemodiálise, nos casos mais graves. Em situações raras, quando a síndrome compartimental for a causa, uma cirurgia para aliviar a pressão no interior do músculo é necessária.
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No tratamento da rabdomiólise, o médico também pode recomendar a suspensão de medicamentos que causaram o vazamento das substâncias, se for o caso, e o uso de plasma fresco congelado para cuidar da coagulação intravascular disseminada, quando houver a complicação. Nos quadros leves e moderados, o paciente se recupera em poucos dias.
Fonte: Manual MSD, Tua Saúde, Minha Vida