Virada da vacina: imunização aumentou expectativa de vida mundial

12 de junho de 2023 4 mins. de leitura
A vacinação contribuiu para a redução da taxa de mortalidade infantil e a elevação em 30 anos da expectativa de vida mundial

Durante o Dia Nacional da Imunização, a Virada da Vacina promoveu uma série de reflexões de especialistas da área de saúde, além de influenciadores digitais, sobre a importância da vacinação. Ao longo de 24h, o público conferiu uma série de conteúdos exclusivos nos veículos de comunicação e nas redes sociais do Estadão e da Rádio Eldorado.

“A vacina é um preparado usada na forma injetável, inalatória ou oral, para formar a imunidade contra doenças infecciosas”, explicou o médico infectologista do Instituto de Infectologia Emilio Ribas, Jamal Suleiman.

A vacinação ajudou a reduzir a taxa de mortalidade infantil e a elevar em 30 anos a expectativa de vida mundial, pois é capaz de proteger o organismo das formas mais graves de infecções e evitar o aparecimento de doenças.

Para manter a população saudável, é fundamental manter uma taxa de cobertura vacinal de 95%, índice que não é alcançado desde 2015. “Através das vacinas, erradicamos a varíola, estamos eliminando a rubéola congênita e o tétano neonatal, e controlamos uma série de outras doenças”, comentou o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Juarez Cunha.

Como as vacinas são desenvolvidas?

O desenvolvimento de uma vacina é um processo rigoroso que pode levar uma década, mas tem sido acelerado com novas tecnologias, como o RNAm. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O desenvolvimento de uma vacina é um processo complexo e demorado, que geralmente leva cerca de 10 anos para ser concluído e entrar no mercado. Tal processo passa por várias etapas importantes, desde o entendimento da estrutura biológica do vetor da doença, passando por pesquisas laboratoriais e testes clínicos em humanos.

No entanto, a covid-19 criou um cenário ideal para o surgimento em tempo recorde de novos imunizantes. “São necessárias três condições para o desenvolvimento de uma nova vacina: financiamento, colaboração de laboratórios e oportunidade”, explicou a presidente do Instituto Questão de Ciência, Natalia Pasternak.

Além dos investimentos proporcionados por diversas iniciativas internacionais, que impulsionou o trabalho compartilhado entre o universo acadêmico e as empresas, a circulação do coronavírus proporcionou a realização de testes com placebo, que são fundamentais para confirmar a eficácia das novas vacinas.

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Vacinação de gestantes e recém-nascidos

A vacina BCG, que protege contra a forma mais comum de tuberculose, geralmente deixa uma cicatriz no braço do bebê. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A preocupação com a vacinação deve começar com a gestação, durante o acompanhamento pré-natal. “Quando eu estava grávida, tomei algumas vacinas, como a hepatite B e a segunda dose contra a covid-19”, lembrou a influencer Viih Tube. Os efeitos dos imunizantes podem ser transferidos para o feto, garantido uma resposta imunológica satisfatória desde o nascimento.

Nos primeiros anos de vida do bebê, as vacinas garantem a proteção contra doenças que poderiam ser fatais. “Através da vacinação o recém-nascido pode desenvolver imunidade sem pegar a doença”, analisou o influenciador Eliezer do Carmo Neto. Por isso, é importante seguir à risca o calendário de imunização das crianças.

Relevância da vacinação em adultos

A vacinação é importante em todas as faixas etárias. Boa parte dos adultos não tomou todas as vacinas ofertas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como a hepatite B dupla, febre amarela e tríplice viral. “O atraso na imunização nos coloca em risco de ter doenças que impactem o cotidiano, levem à falta no trabalho e até à possibilidade de hospitalização ou óbito”, alertou a vice-presidente da SBIm, Isabella Ballalai.

Devido à pandemia, os eventos culturais presenciais foram suspensos. A retomada do setor só foi possível com a vacinação de grande parte da população. “Hoje estamos nos abraçando de volta, olho no olho, perto um do outro, indo para os shows, graças à vacina”, ressaltou a cantora e compositora Carol Bazin.

O coronavírus não é o único vírus de alta transmissibilidade e há risco de novas pandemias por conta de outras doenças. “Se vacinar é um ato coletivo e democrático. Vamos colocar as vacinas em dia e incentivar quem estiver ao redor a fazer o mesmo”, convocou a apresentadora e jornalista de cultura Kenya Sade.

Fontes: Estadão, Agência Brasília

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