Alimentação equilibrada faz parte de uma vida saudável, mas não exclui tratamentos médicos
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Uma alimentação equilibrada faz parte de uma vida mais saudável. Isso já é sabido por muitas pessoas. Agora, cientistas pelo mundo todo vêm se debruçando no movimento “food as medicine” e, com isso, procurado maneiras de usar a comida de forma direcionada à melhora da saúde de uma pessoa, reduzindo ou prevenindo sintomas, podendo tratar doenças.
Além disso, está focado no aumento do consumo de uma variedade de alimentos à base de plantas integrais e minimamente processados, com a ingestão limitada de comidas altamente processadas, ricas em açúcar, óleo e sal adicionados.
Os alimentos considerados fundamentais incluem uma variedade de ervas e especiarias, legumes, nozes, sementes, grãos integrais, frutas e legumes.
Para entender melhor de que forma o “alimento como remédio” funciona na prática, o professor Jason Wu, epidemiologista nutricional da University of New South Wales (UNSW Research), na Austrália, realizou um estudo.
Para ele, muitos dos “principais assassinos” das sociedades ocidentais, além da diabete, são as doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer, que estão ligados ao estilo de vida e à dieta, “a qual é realmente uma das principais causadoras dessas enfermidades”, diz o especialista.
Durante três meses, o grupo do estudo recebeu uma caixa gratuita de frutas frescas, vegetais, grãos integrais, carnes magras e laticínios — entregues em sua casa toda semana. Eles também tiveram acesso regular a um nutricionista e receberam receitas e conselhos sobre como preparar alimentos saudáveis usando os ingredientes.
Nesse curto período, as mudanças promoveram grande melhoria na qualidade de vida e na segurança alimentar dos envolvidos. Houve outros benefícios inesperados, por exemplo, no geral, os participantes mostraram melhorias nos níveis de colesterol e perderam peso, além de comerem menos alimentos que são pouco saudáveis.
Além da prevenção, algumas pesquisas sugerem que prescrições alimentares sejam usadas para pessoas já afetadas por uma doença. Isso foi o que mostrou um estudo publicado no periódico Journal of Renal Nutrition.
Nele, os pesquisadores descobriram que o consumo diário de amêndoas ajuda a aliviar a constipação em pessoas com doença renal passando por hemodiálise, realizando a filtragem do sangue.
Outros estudos mostram os benefícios da alimentação no tratamento de doenças. Um deles sugere que a dieta mediterrânea pode reduzir a dor, a fadiga e o desconforto em pessoas com lipedema, uma condição em que há um acúmulo anormal de gordura nas extremidades das pernas.
A comida não pode ser vista como um tratamento para qualquer problema de saúde. O desenvolvimento de doenças crônicas continua a ser complexo e pode ser atribuído a diversas causas que não têm relação com a dieta — incluindo genética ou condições autoimunes.
Embora a alimentação ajude no manejo da doença, melhorando os sintomas e retardando a progressão, ela não deve ser usada como tratamento isolado, mas em conjunto com a terapia médica apropriada.
Além disso, é importante considerar como os alimentos interagem com alguns medicamentos. Isso é chamado de interação droga-nutriente, que pode aumentar ou interromper o efeito de um medicamento no corpo.
“Alimentação como remédio” é um conceito importante, o qual muitas culturas pelo mundo já conhecem. No entanto, o movimento não pode ser a cura para todos e deve ser usado em conjunto com o tratamento médico.
Fonte: The Guardian, Medical News Today