Como identificar início de erisipela?

24 de fevereiro de 2023 5 mins. de leitura
Saiba como ocorre a erisipela, o que ela causa e quais são os tratamentos indicados

Erisipela é uma infecção cutânea que ocasiona, entre outros sintomas, vermelhidão, edemas, gânglios aumentados e, se não tratada, pode até levar a óbito. Apesar de poder ocorrer em diversas partes do corpo, é mais comum nas pernas, além de ser mais frequente em pacientes com comorbidades ou situações de saúde específicas.

Entenda mais da doença, dos primeiros sintomas e do tratamento.

O que é erisipela?

A erisipela é uma doença infecciosa causada por bactérias que penetram a pele por feridas e acometem a derme e epiderme, que são tecidos superficiais da pele. As bactérias mais comuns envolvidas na doença são estreptococos beta-hemolíticos do grupo A, Haemophilus influenzae tipo b (Hib), Staphylococcus aureus e Klebsiella pneumoniae.

Normalmente, as portas de entrada dessas bactérias são micoses de unha, frieiras, picadas de insetos e outros tipos de cortes, feridas e lesões. A erisipela pode ocorrer em qualquer pessoa, mas algumas ficam mais suscetíveis, principalmente quando há enfraquecimento do sistema imunológico e má circulação.

A doença é mais comum nos membros inferiores, principalmente na região da panturrilha, porém também pode ocorrer em outras partes do corpo, como braços e rosto.

Quais são os primeiros sintomas de erisipela?

Os sintomas da doença variam conforme a gravidade. Na maioria dos casos, mal-estar, calafrios, febre e vômito ocorrem até dois dias antes do aparecimento dos sintomas tópicos. Na pele, a doença se caracteriza por vermelhidão, inchaço e aspecto brilhante, além de dor e calor no local afetado. Em casos mais graves há o surgimento de bolhas (com pus), expansão da vermelhidão e necrose.

No início, a parte da pele infectada é bem diferenciada, com a ferida tendo bordas elevadas. Se não tratada, a erisipela pode evoluir para erisipela bolhosa (com bolhas com secreção amarela ou marrom). Em casos graves, pode ocorrer infecção generalizada (sepse) e óbito.

Cerca de 75% dos casos de erisipela ocorrem nas pernas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

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Qual exame fazer?

O diagnóstico é realizado por meio de exame clínico. Além do aspecto da pele, o histórico do paciente e as comorbidades presentes são levadas em conta. A cultura de material cutâneo permite descobrir as bactérias específicas presentes nas feridas, para permitir a utilização do antibiótico mais indicado.

Outros exames que podem ser solicitados são tomografia, hemograma e ressonância magnética.

Fatores de risco

Existem vários fatores de risco que facilitam o aparecimento da erisipela, como:

  • sistema imunológico comprometido (pessoas com HIV, usuários de determinados medicamentos, pacientes com diabetes sem medicação);
  • varizes e outros problemas venosos e do sistema linfático;
  • síndrome nefrótica (doença no rim);
  • doenças do fígado;
  • obesidade;
  • alergias;
  • gravidez;
  • uso de drogas injetáveis.

Pessoas idosas também são mais suscetíveis, uma vez que têm a pele mais frágil e tendência ao surgimento de outras comorbidades.

Doença também é comum nos braços e no rosto. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Tratamento

O tratamento da erisipela é feito com antibióticos. A escolha do medicamento depende da bactéria presente e da gravidade da doença; os mais comumente utilizados são penicilina, procaína ou cristalina e eritromicina. O tratamento mais usado é com medicação oral, mas em casos de erisipela bolhosa podem ser indicadas pomadas com antibióticos para uso tópico.

Quando as lesões são mais extensas ou a doença atinge a circulação, a indicação é a medicação intravenosa. Em casos em que a condição reaparece (erisipela crônica), é indicado o uso de penicilina benzatina de forma intramuscular a cada 21 dias. As situações mais graves, quando ocorre necrose e secreção purulenta, podem ser tratadas com cirurgia.

Alguns cuidados colaboram para a recuperação, e a doença pode sumir em alguns dias. Vale lembrar que estes cuidados são suplementares ao acompanhamento médico:

  • repousar e elevar os membros inferiores;
  • usar meias de compressão;
  • manter a ferida limpa e seca;
  • manter-se hidratado;
  • resfriar a área afetada para diminuir o inchaço.

É importante, ainda, evitar remédios caseiros, pois pomadas não indicadas podem atrapalhar o tratamento. Medicações como antitérmicos e analgésicos podem ser ministradas para aliviar os sintomas.

Um médico deve ser procurado já nos primeiros sintomas da doença. Quando o tratamento é feito na fase inicial da erisipela, as chances de melhora são muito maiores e ocorrem em tempo menor.

Reincidência e prevenção

Muitos dos casos de erisipela são crônicos, então as lesões voltam a ocorrer, principalmente quando não são iniciadas medidas de prevenção. Manter um estilo de vida saudável pode ajudar a afastar o ressurgimento da doença.

A perda e o controle do peso são importantes para pessoas com varizes ou obesidade, já que ajudam a evitar o aparecimento de lesões. Pessoas com diabetes devem manter a doença sob controle, fazendo uso correto de medicamentos. Outras enfermidades que possam causar inchaços devem, quando possível, ser controladas.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia, SBD – RS, Ministério da Saúde, Victor Hugo Vascular, Minha Vida, Tua Saúde

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