Fobia social: o que é, como surge e quais as formas de tratá-la?

27 de junho de 2023 4 mins. de leitura
Pessoas com fobia social enfrentam problemas ao lidar com desconhecidos

Desconforto ao falar em público, medo de se expor ao ridículo e aflição antes de participar de uma reunião ou festa são alguns dos sintomas da fobia social, condição muitas vezes confundida com a timidez. Incluída entre os transtornos de ansiedade, ela pode impactar o trabalho, os estudos e o convívio em sociedade.

Considerada uma doença mental crônica, essa fobia se caracteriza por medo e ansiedade ao lidar com situações de interação social. Ir a um evento ou apresentar-se para estranhos são exemplos de contextos que desencadeiam sentimentos de incerteza e angústia, pavor de ser rejeitado e julgado negativamente, gerando nervosismo.

Por apresentar sinais físicos e emocionais intensos, a condição pode afetar a autoestima e deixar a pessoa vulnerável, levando-a a se isolar para evitar qualquer tipo de exposição pública, o que prejudica severamente a qualidade de vida. A partir daí, outros transtornos mentais podem se desenvolver e provocar ainda mais dificuldades.

O medo de ser julgado negativamente é uma das características da fobia social. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
O medo de ser julgado negativamente é uma das características da fobia social. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A capacidade de gerar mudanças significativas no cotidiano de alguém é o que diferencia a fobia social da timidez. Neste último caso, a pessoa se sente desconfortável diante de determinadas situações, mas o comportamento não interfere de maneira tão intensa na qualidade de vida, podendo ser contornado mais facilmente.

O que causa a fobia social?

A ansiedade social, outro nome pelo qual essa doença mental é conhecida, pode ser causada por diversos fatores, dos comportamentais aos biológicos. Estudos apontam que, na maioria das vezes, ela está associada a algum tipo de trauma psicológico vivido pelo paciente, como maus-tratos na infância, rejeição ou bullying.

Uma experiência constrangedora em público — no ambiente escolar, de trabalho ou até na rua — também é capaz de desencadear a doença. A educação dada pelos pais é outro fator de influência, especialmente quando se baseia em repressão exagerada e falta de afeto.

Os primeiros sinais da fobia são detectados na infância. (Fonte: Getty Images/Reprodução)
Os primeiros sinais da fobia são detectados na infância. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Quanto ao aspecto genético, alguns especialistas acreditam que as causas da fobia social possam ter relação com a hereditariedade, embora não haja comprovação científica disso. As pessoas com histórico de casos na família estariam mais propensas a desenvolver o medo da interação social, assim como aquelas que sofrem de timidez.

O funcionamento da estrutura do cérebro é outro fator capaz de levar ao desenvolvimento da fobia, quando uma hiperatividade em certas áreas torna o indivíduo mais suscetível a situações ansiosas. Uma das partes que podem ser afetadas é a amígdala cerebral, responsável pelo controle das emoções.

Quais são os sintomas e as opções de tratamento?

Voz trêmula, gagueira, ansiedade excessiva, receio de expressar opiniões, dificuldade em manter contato visual em uma conversa, náuseas e palpitações são outros sinais da fobia social. Quem tem o transtorno pode apresentar ainda confusão mental, enrubescimento da face, tensão muscular e dor de barriga.

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Já em relação ao tratamento da fobia social, o paciente deve passar por uma terapia cognitiva comportamental para aprender a controlar os sintomas que aparecem antes de uma interação ou durante esse contexto. Dependendo do quadro, a administração de medicamentos, como ansiolíticos e antidepressivos, pode ser recomendada.

Fontes: Tua Saúde, MSD Manuals

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