Tratamento baseado na humanização contribui para melhoria do quadro de pacientes e diminuição da sensação de medo
Publicidade
Quando alguém precisa dos serviços de um hospital, espera ser atendido com sensibilidade, que os enfermeiros sejam simpáticos e os médicos ouçam as suas aflições e expliquem o funcionamento dos medicamentos. Pequenas atitudes de humanização como essas tornam o tratamento mais eficaz e são imprescindíveis em meio a uma pandemia.
A humanização hospitalar é uma das grandes tendências atuais da assistência em saúde é propiciar uma satisfação maior para todos os envolvidos. Um atendimento desse tipo deve ser personalizado e realizado com sensibilidade para gerar empatia entre profissionais de saúde, pacientes e familiares.
De acordo com o professor e tecnólogo em radiologia, Francisco Almeida, o conceito envolve um serviço prestado com respeito à vida e dignidade, ultrapassando o foco da doença. “Além de informar os procedimentos necessários para o tratamento, o profissional deve saber escutar os anseios desse paciente diante da real situação em que ele se encontra”, argumenta.
O foco do atendimento é de extrema importância durante uma situação de pandemia como a do novo coronavírus. Almeida explica que as informações passadas de maneira clara e segura ajudam os pacientes a minimizarem o medo, que pode ser até mais prejudicial que a própria patologia apresentada.
Com profissionais totalmente equipados com vestimentas de biossegurança, o paciente pode entrar em pânico e imaginar que o hospital está contaminado, explica o técnico em radiologia. A preocupação das equipes de saúde em explicar os motivos do uso dos acessórios, por estarem na linha de frente do atendimento ao público, pode ajudar a tranquilizar os enfermos.
Uma pessoa atendida de forma humanizada é informada com delicadeza e tem as suas preocupações ouvidas pelo profissional de saúde. Assim, é capaz de entender melhor a necessidade de não se expor, além de compreender de forma mais clara a evolução dos sintomas e dos cuidados com a doença.
A humanização também pode tornar o atendimento mais eficaz, pois um paciente bem informado responde mais rapidamente e de forma mais correta às solicitações médicas. Portanto, a prática favorece a diminuição da concentração de pacientes nos hospitais, reduzindo a transmissão de doenças em casos de pandemia.
A prática é adotada no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2003 por meio do programa HumanizaSUS, mas também pode ser encontrada na rede privada. As iniciativas de humanização não dependem diretamente de recursos financeiros, sendo apenas reflexo da promoção de valores como tolerância e diálogo.
Quando um hospital tem um setor de humanização, todos os profissionais de diversas linhas de atuação passam por treinamentos, explica o professor. Isso permite que médicos, enfermeiros, tecnólogos, recepcionistas, seguranças e outros funcionários, acolham, de maneira respeitosa e séria, os pacientes que geralmente chegam ao local em estado de fragilidade física e emocional.
O serviço de telemedicina foi recentemente autorizado para ser utilizado em qualquer área de saúde no Brasil, em caráter excepcional por causa da atual pandemia. Apesar da intermediação pela tecnologia, a humanização pode estar presente no serviço ao propiciar um relacionamento digital personalizado. O serviço estreita os laços entre médicos e pacientes com a manutenção do contato fora do consultório médico e ainda facilita o atendimento em caso de emergências e dúvidas, que podem ser atendidas em tempo real e a distância.
“Acredito que a tecnologia sempre será um ponto forte para que os casos médicos sejam solucionados”, aponta Almeida. Em crises epidemiológicas, a telemedicina pode colocar o paciente em contato com o médico, que pode orientá-lo a permanecer em casa ou procurar um serviço de saúde, minimizando a exposição à contaminação nos hospitais.
A capacitação é de extrema importância para que todos os profissionais estejam prontos para qualquer epidemia, comenta o professor. Os trabalhadores de saúde devem receber treinamentos de biossegurança, para conhecer os riscos de diversas gravidades dos setores hospitalares, como os cuidados restritos a pacientes com tuberculose, meningite e outras doenças graves e de fácil contaminação.
Infelizmente, alguns colaboradores resistem à capacitação para a humanização. O principal desafio para implantação do sistema humanizado é a sensibilização dos envolvidos. “Se a pessoa não deseja ser treinada ou capacitada a atender de maneira humanizada, não há como implementar a humanização no hospital em situações normais”, explica Almeida.
O professor lamenta que muitos profissionais não se atentem a respeitar o paciente de forma adequada e humanizada: “Sabemos que há setores hospitalares totalmente complexos e estressantes, porém a virtude do profissional deve sempre superar qualquer ambiente de conflito psicológico”.
Fontes: Portal Hospitais Brasil, Hospital Carlos Correa.