A cirurgia, quando feita de forma desnecessária, pode provocar complicações, porém é o parto mais comum no Brasil
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Segundo o Ministério da Saúde, acontecem aproximadamente 3 milhões de nascimentos por ano no Brasil, sendo que 98% dos partos aconteciam em ambientes hospitalares até 2017.
Um dos seus benefícios é a possibilidade do uso de tecnologias e procedimentos que visam proporcionar segurança tanto para a mulher quanto para o recém-nascido. O ambiente hospitalar tornou menor os índices de mortalidade e morbidade, porém, atualmente, houve um excesso de intervenções durante a assistência ao nascimento, e a busca por um parto mais humanizado se tornou pauta frequente.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cesariana é um procedimento importante e deve ser realizada quando existem indicações médicas. Em alguns casos, como em partos de risco, a intervenção pode inclusive salvar a vida da mãe e do bebê.
Em 2018, a OMS relatou um aumento das cesáreas e criou diretrizes para analisar quais são os aspectos que devem ser levados em consideração antes da realização do procedimento. As recomendações apontam tópicos como: medos e crenças de mulheres e profissionais de Saúde, sistemas de saúde, intervenções educacionais para a escolha do tipo de parto, entre outros.
Atualmente, a organização afirma que as taxas de cesáreas continuam crescendo e elas correspondem a, aproximadamente, uma em cada cinco partos. Se essa tendência se mantiver, a estimativa é de que, em 2030, as taxas de cesárea serão de:
O diretor do Departamento de Saúde Sexual e Reprodutiva e Pesquisa da OMS, Ian Askew, afirma que a cesárea é um procedimento cirúrgico, por isso os motivos médicos devem estar bem claros antes da escolha do tipo de parto.
Os riscos podem incluir: infecções, potencial sangramento intenso, maior tempo de recuperação no pós-parto, maior probabilidade de complicações em outras gestações, atraso da amamentação e do contato pele a pele da mãe com o bebê.
Todavia, existem benefícios associados. A cesariana é essencial em casos de sofrimento fetal, em situações de trabalho de parto prolongado ou obstruído e ainda depende da posição em que o bebê está.
No Brasil, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), em gestações consideradas de baixo risco, o índice de morte materna é de 20,6 a cada mil cesáreas. Já em partos normais, esse número cai para 1,73 mortes a cada mil nascimentos.
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A OMS afirma que não vai colocar um alvo para o número de cesáreas. A organização defende que o atendimento obstétrico deve levar em conta as necessidades exclusivas de cada mulher.
A relação entre a paciente e o profissional da Saúde deve ser aberta, possibilitando um ambiente de confiança para que todas as informações sejam pesadas, e a tomada de decisão seja feita de forma consciente e segura. A recomendação é de que, em casos de indicação de cesárea, uma segunda opinião médica seja procurada.
O parto e o nascimento devem ser considerados como expressão de saúde, e não doença. Esse momento na vida da mulher e de sua família é único e carrega emoções, medos e crenças. Por essa razão, em 2011, o Ministério da Saúde implementou o projeto Rede Cegonha. Este tem como objetivo permitir à mulher acesso ao direito de planejamento reprodutivo e atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério. Além disso, o programa visa assegurar o direito ao nascimento seguro, bem como ao crescimento e desenvolvimento da criança.
Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde, Febrasgo, Ministério da Saúde.