Doença atinge 100 milhões de pessoas no mundo e até 2% da população brasileira
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A psoríase é um problema global sério e atinge no mínimo 100 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) calcula que até 2% da população possam ter a doença. Ainda sem cura, a patologia tem tratamento, que pode ser encontrado gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
A enfermidade causa lesões arredondadas, vermelhas e descamativas na pele, em especial em joelhos, cotovelos, mãos e pés, e também pode atingir unhas e couro cabeludo. Mesmo não sendo transmissível, a condição gera preconceito, o que diminui a qualidade de vida dos pacientes.
A causa da psoríase ainda é desconhecida. Contudo, existem gatilhos que ativam o processo inflamatório, como estresse, traumas físicos, fumo, infecções e uso de algumas medicações. A patologia se desenvolve a partir de uma reação imunológica exagerada, que leva à proliferação de células que aceleram o processo de troca da pele.
O tratamento da psoríase é baseado no controle dos sintomas e o SUS oferece terapia gratuita para casos da doença de forma leve, moderada e até grave. Os procedimentos são detalhados em um Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Psoríase, aprovado pelo Ministério da Saúde em setembro de 2019.
A maioria dos pacientes possui a doença limitada, com menos de 5% da superfície corporal, e pode ser tratada com fármacos de uso tópico que oferecem alto padrão de segurança e eficácia. Os medicamentos têm a função de inibir as inflamações antes que ela aconteçam. Dessa forma, o tratamento atua no controle dos sintomas, bloqueando o início do processo inflamatório.
Cerca de 30% dos pacientes têm crises graves, que acometem o corpo todo, ardem e coçam. Essas pessoas podem chegar a desenvolver artrite psoriática, que inclui sintomas como dor, rigidez e inchaço nas articulações. Nesses casos, além dos remédios, o SUS oferece fototerapia com radiação UVA
A necessidade de tratamento normalmente é vitalícia e tem por alvo a remissão. Até o momento, não existe uma terapia que possa dar esperanças de uma cura completa da psoríase.
O cuidado dos pacientes com psoríase não requer apenas o tratamento das lesões cutâneas e do envolvimento articular; é preciso considerar outras comorbidades, como doenças cardiovasculares, metabólicas e psicológicas.
A psoríase causa um grande ônus físico, emocional e social. Uma pesquisa internacional realizada pela Hall and Partners revelou que a doença afeta a qualidade de vida de 71% dos pacientes brasileiros. Mais da metade das pessoas afirmaram que a doença interfere negativamente em suas atividades profissionais e pessoais.
Desfiguração, incapacidade e perda acentuada da produtividade são desafios comuns para os pacientes com a enfermidade. A exclusão social, a discriminação e o estigma são psicologicamente devastadores para os indivíduos que sofrem de psoríase e as suas famílias. O preconceito afeta o bem-estar mental, e as pessoas com a doença têm taxas mais altas de depressão e distúrbios de ansiedade.
Estudos relatam a coexistência de psoríase e outras doenças sistêmicas sérias, como cardiovasculares, síndrome metabólica, incluindo hipertensão, dislipidemia e diabetes mellitus, e doença de Crohn. Apesar disso, não existem certeza quanto à causalidade e independência de algumas patologias correlatas com a inflamação cutânea.
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Fontes: Agência Brasil, Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Ministério da Saúde, Organização Mundial de Saúde (OMS).