Corpo de homem encontrado no gelo sugere que tatuagem pode ter sido usada de forma semelhante à acupuntura
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A tatuagem, hoje usada principalmente como forma de expressão cultural e artística, pode ter tido fins terapêuticos antigamente. A hipótese foi levantada em um estudo publicado em 2013 por pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, que resgata a história de Ötzi, um homem que viveu há 5,3 mil anos cujo corpo foi encontrado congelado nos alpes italianos em 1991.
Apelidado de “Homem de Gelo“, Ötzi tinha mais de 50 tatuagens espalhadas pelo corpo. Desenhos de linhas e pontos foram feitos com cortes na pele, na qual era esfregado carvão.
Tais linhas acompanhavam as articulações, com as quais Ötzi sofria: entre diversos problemas de saúde, ele tinha artrite, um processo inflamatório que pode causar dor e dificuldades na locomoção.
Pesquisadores especulam que os finos cortes podem ter sido usados como forma de tratamento parecido com a acupuntura, em que determinados pontos do corpo são ativados em busca de efeitos terapêuticos. A diferença seria que, no caso do “Homem de Gelo”, também havia a presença de pigmentos.
Os efeitos psicológicos da tatuagem permitem dizer que, ainda hoje, a forma de arte tem fins terapêuticos. Os exemplos são diversos, incluindo cobrir marcas indesejadas e até reconstruir a aréola após a mastectomia.
Porém, também há riscos, como:
Como tal infecção pode ocorrer pela corrente sanguínea, isso aumenta os riscos de transmitir doenças pelo sangue em doações. É por isso que, após realizar uma tatuagem, não é possível doar sangue pelos 12 meses seguintes.
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Normas de higiene adequadas reduzem os riscos, como a limpeza adequada do local e o uso de agulhas, luvas e máscaras descartáveis. É recomendado, ainda, conferir se a tinta a ser utilizada tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e está dentro do prazo de validade, assim como se o estúdio segue as normas do órgão regulador.
Além disso, tatuar em cima de pintas ou manchas não é recomendado, já que alterações potencialmente indicativas de doenças podem acabar sendo ocultadas pela arte.
Para minimizar a possibilidade de complicações, pode valer a pena visitar um dermatologista antes de fazer a tatuagem ou fazer um teste de pigmento antes de completar a tatuagem, reduzindo a possibilidade de reações alérgicas.
O pós-tatuagem também merece atenção: há cuidados necessários, sendo importante seguir as orientações do profissional na limpeza adequada do local, no uso de pomadas cicatrizantes e ao evitar luz solar e alimentos com potencial inflamatório.
Fonte: National Geographic Brasil, Inflammopharmacology, Estadão, Mayo Clinic, Forbes, Tua Saúde