vacinação ativa a célula T em pacientes oncológicos, fornecendo proteção contra o coronavírus
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As vacinas contra a covid-19 também são eficazes em pessoas com câncer no sangue, oferecendo proteção contra as formas graves da doença, de acordo com um estudo publicado na revista Nature Cancer em dezembro de 2022. A descoberta, feita por especialistas de instituições alemãs, contraria pesquisas anteriores sobre o tema.
Tratados com medicamentos agressivos que deixam o sistema imunológico bastante debilitado, pacientes com esse tipo específico de câncer podem não receber a proteção adequada ao serem imunizados contra o Sars-CoV-2. Pelo menos era o que alguns estudos mostravam.
O novo trabalho tem dados animadores para indivíduos com a doença. O estudo teve a participação de 60 pacientes com dois tipos de câncer no sangue (linfoma de células B e mieloma múltiplo) acompanhados por algum tempo.
Os autores queriam analisar a resposta imune dessas pessoas após elas receberem três doses de vacinas contra a covid-19. A ideia era fazer uma investigação mais ampla, evitando focar somente a quantidade de anticorpos direcionados à proteína spike do vírus na corrente sanguínea de voluntários, como foi feito em outros estudos.
Ao mudar o método de análise, os pesquisadores descobriram que outro tipo de célula imune pode ser ativada após a vacinação contra a covid-19, mesmo se o paciente produzir baixa quantidade de anticorpos protetores, como é o caso das pessoas com câncer no sangue, gerando proteção. Trata-se das células T.
Segundo a autora principal do artigo, Andrea Keppler-Hafkemeyer, do Centro Médico da Universidade de Freiburg (Alemanha), quase todos os voluntários “tiveram forte resposta de células T à vacinação contra covid-19”. Além disso, produziram anticorpos de qualidade maior do que a encontrada em pessoas saudáveis.
Com funções imunológicas de efetuação de respostas antivirais, os linfócitos T atuam na defesa contra infecções causadas por diferentes microrganismos. No caso do Sars-CoV-2, os pesquisadores descobriram que essas células neutralizaram diversas variantes do vírus, incluindo a ômicron BA.1, que chegou a ser a cepa predominante no mundo em 2021.
Alguns pacientes testaram positivo para a covid-19 enquanto eram acompanhados pelos autores do estudo, mas a maioria apresentou sintomas leves ou moderados, mesmo se não tivessem formado anticorpos detectáveis após receberem as doses, reforçando a importância e a eficácia da vacinação.
De acordo com o professor Oliver T. Keppler, um dos coautores da pesquisa, as vacinas fornecem ampla resposta imune contra a covid-19 em pacientes com vários tipos de câncer, inclusive gerando anticorpos altamente potentes. Assim, todas as pessoas que têm a doença devem se imunizar para evitar as complicações causadas pelo coronavírus.
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“Múltiplas doses de vacina podem ser recomendadas para pacientes com linfoma de células B ou mieloma múltiplo sem interromper a terapia contra o câncer”, destacou o acadêmico da Universidade de Munique.
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Fonte: Forbes, Nature Cancer, Fiocruz
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