União entre medicinas oriental e ocidental pode ser positiva

13 de março de 2020 4 mins. de leitura
Tratamentos que combinam técnicas ocidentais e orientais ganham espaço no Brasil

A aplicação de terapias orientais está se tornando cada vez mais comum no mundo, com a introdução de técnicas inovadoras no setor da saúde. A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) foi reconhecida em 2006 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma prática segura e eficaz, sendo possível receber esse tipo de tratamento no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), o número de pessoas que buscam as chamadas Práticas Integrativas e Complementares (PICs) no SUS aumentou 46% entre 2017 e 2018. Hoje, entre as práticas disponíveis estão acupuntura, reiki, yoga e tai chi chuan.

A medicina ocidental é baseada em um diagnóstico e na aplicação de uma terapia localizada. Para isso, o médico busca reconhecer patologias no paciente e as trata de forma pontual e objetiva, recorrendo à alopatia, com cirurgia ou medicamentos químicos sintetizados que geram efeito imediato no local.

(Fonte: Wikimedia Commons)

Já na medicina oriental, após o diagnóstico, é realizada a aplicação de uma terapia holística. O médico, portanto, analisa o indivíduo como um todo, incluindo suas emoções, com a intenção de identificar outros aspectos da vida que podem estar relacionados ao caso em questão.

Por exemplo: uma pessoa vai a um médico tradicional chinês com dor crônica fruto de uma inflamação e busca compreender sua causa, questionando o paciente sobre seu cotidiano. Ao encontrar correlações, ele pode prescrever um fitoterápico, um composto natural capaz de reduzir a inflamação e a dor e restabelecer outros pontos que julgar importantes. Também pode aplicar acupuntura para gerar efeito analgésico e indicar um tratamento contínuo para a dor, se considerar necessário. Pode, ainda, pedir a alteração de hábitos diários que possam ajudar a tratar a causa da inflamação.

Há anos, no Brasil, os médicos têm a opção de prescrever medicamentos alopáticos e complementar o tratamento com uma das terapias alternativas oferecidas pelo SUS, o que fez com que o número de PICs oferecidas tenha ido de cinco em 2006, primeiro ano em que foram disponibilizadas, para 29 em 2019. A ação condiz com a postura do SUS de tentar tornar o atendimento cada vez mais humanizado em todo o País.

Por proporcionarem benefícios para todo o corpo e para a mente, as PICs geram efeitos positivos a longo prazo mais frequentemente que a alopatia, o que as tornam fortes aliadas, sobretudo em tratamentos de casos crônicos. No combate ao tabagismo, por exemplo, o modelo brasileiro aposta em técnicas holísticas e é considerado exemplo mundial pela OMS.

Segundo artigo publicado na Revista de Saúde Pública do Paraná em 2018, que analisou os efeitos da oferta de reiki no SUS, a terapia alternativa oriental tende a contribuir para um melhor aproveitamento dos recursos públicos e maior qualidade de vida dos pacientes.

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(Fonte: Pixabay)

De acordo com dados do Centro de Estudo Integrado de Medicina Chinesa (Ceimec) em São Paulo, a eletroacupuntura, a versão da acupuntura em que são introduzidas frequências elétricas nas agulhas, destaca-se atualmente entre as terapias orientais por apresentar efeitos surpreendentes em laboratório. Em combinação com a anestesia geral ou epidural, esse método reduz em até 50% a necessidade de consumo de anestésicos em uma cirurgia.

Por ser um fenômeno relativamente recente no Brasil, é preferível que o paciente utilize as terapias complementares oferecidas pelo SUS ou que se certifique que o terapeuta escolhido tenha a formação adequada, promovida por uma instituição reconhecida.

Fontes: Ministério da Saúde, Centro de Estudo Integrado de Medicina Chinesa (Ceimec).

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