Abuso de medicação pode levar às mesmas consequências graves relacionadas ao uso de drogas ilícitas
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O perigo de uma overdose de remédios é real e vem com os mesmos efeitos colaterais do que as drogas ilícitas. A automedicação se tornou um problema grave de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que metade de todos os pacientes utiliza medicamentos de forma incorreta.
Mesmo um remédio vendido sem a necessidade de receita médica e aparentemente inofensivo pode causar problemas físicos e psicológicos, como alterações cognitivas, motoras e até mesmo epilepsia. Alguns princípios ativos estão associados ao risco de dependência e até de óbito quando utilizados de forma abusiva ou em associação.
As bulas de todos os remédios alertam sobre os riscos de doses excessivas. Os médicos são os profissionais responsáveis por orientar os pacientes na ingestão eficaz dessas substâncias.
Conheça oito medicamentos que podem provocar uma overdose acidental quando tomados sem supervisão médica.
A overdose por ácido acetilsalicílico costuma acontecer com idosos, que usam doses maiores do remédio, e crianças pequenas. Apenas oito comprimidos do analgésico aumentam o risco de excesso de acidez no sangue e hipoglicemia, causando choque cardiovascular e insuficiência respiratória, além de distúrbios que podem levar à morte.
O excesso de paracetamol pode ser muito arriscado, especialmente para aqueles com doença hepática. O uso de mais de 3 gramas por dia para adultos saudáveis aumenta o risco de danos graves ao fígado. Como a substância está presente em vários medicamentos, uma overdose involuntária pode ocorrer.
Uma dose alta de dipirona pode provocar náuseas, vômito, vertigem, arritmia cardíaca, queda brusca de pressão arterial e comprometimento dos rins. Raramente, podem acontecer efeitos colaterais que são fatais, como diminuição das células sanguíneas e o choque anafilático. A substância, presente em diversos medicamentos, está proibida nos Estados Unidos, no Japão, na Austrália e em boa parte da União Europeia.
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A substância analgésica orfenadrina, quando associada com a dipirona, pode causar boca seca, tremor, alucinações e anormalidade nos batimentos cardíacos. A superdosagem de 2 gramas a 3 gramas da substância, o equivalente ao consumo de mais de 50 comprimidos de uma vez, pode levar ao delírio, coma e até ao óbito.
O ibuprofeno é um anti-inflamatório. Os sintomas da superdose incluem náusea, vômito, dor abdominal, letargia e sonolência. A substância em excesso pode causar sangramento gastrointestinal grave, úlceras e morte.
O cetoprofeno é da mesma família do ibuprofeno e vem em doses mais altas. Por isso, o risco de overdose é maior. A substância pode ser administrada em comprimido, gel, xarope, gotas, supositório ou injeção. Uma dosagem excessiva aumenta o risco de sonolência, tonturas, urticária na pele e inchaço.
O dextrometorfano é encontrado em xaropes para tosse e resfriado. O uso indevido de altas doses pode resultar em sintomas psicóticos, incluindo paranoia, delírios e alucinações. A associação com o álcool aumenta o risco de overdose, podendo provocar convulsões e coma.
Os laxantes estão disponíveis sem receita, mas podem ser abusados por várias razões, inclusive para perda de peso por pessoas que sofrem de distúrbios alimentares. A ingestão excessiva aumenta o risco de desequilíbrios eletrolíticos, disfunção do trato gastrointestinal, doença renal e problemas cardiovasculares.
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Fonte: Megacurioso, News 5 Cleveland, Heath Direct, Tecmundo, Funcional Corp, Secretaria de Saúde do Paraná, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).