A evolução da instrumentação cirúrgica proporcionou ferramentas para o desenvolvimento da Medicina
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A instrumentação cirúrgica é uma atividade fundamental para o êxito dos procedimentos operatórios. O desenvolvimento dos instrumentos cirúrgicos acompanhou a evolução da Medicina, com ferramentas criadas para desempenhar ações específicas, como modificar o tecido biológico, facilitar o acesso ou ampliar a visualização de uma região.
Os avanços tecnológicos transformaram totalmente a realização das cirurgias. Novos materiais ampliaram as possibilidades da Medicina, como o surgimento do aço no século 18, da borracha dura no século 19 e o advento das ligas de aço inoxidável no início do século 20. Mais recentemente, a robótica está dando um novo impulso a essa área.
As primeiras evidências de intervenções cirúrgicas conhecidas remontam a 6500 a.C. Esqueletos antigos encontrados na França mostram sinais de trepanação com a sobrevivência dos pacientes. O trépano, uma espécie de broca neurocirúrgica, era usado para perfurar o crânio, muitas vezes, visando eliminar “maus espíritos”, sem efeito terapêutico prático.
Os primeiros cirurgiões não tinham muitos equipamentos à disposição. Frequentemente, unhas e dentes eram utilizados para operar os pacientes. Mais tarde, pedras afiadas foram usadas para fazer incisões. A família de instrumentos mais antiga, sobretudo bisturis de bronze, foi desenvolvida pelos egípcios, em 2500 a.C., para auxiliar no processo de mumificação.
O desenvolvimento na Medicina pelos gregos, separando a prática de rituais espirituais, deu um novo impulso para a instrumentação cirúrgica. Surgiram então curetas, pinças, fórceps e sondas que foram usados até a Idade Média. Por volta de 500 a.C., o cirurgião indiano Sushruta já tinha descrito 120 instrumentos cirúrgicos, usados em mais de 300 tipos de operações.
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Depois dos gregos, novos instrumentos cirúrgicos relevantes só foram criados a partir do Renascimento, no século 15. Na Europa, era muito comum a figura do cirurgião–barbeiro. Além de cortar o cabelo e fazer a barba, o profissional era responsável por consertar ossos quebrados, entre outros procedimentos.
A situação mudou depois que Ambroise Paré, um médico militar formado em cirurgia e anatomia, desenvolveu técnicas novas para tratar feridos na guerra. Considerado o pai da cirurgia moderna, Paré inventou próteses e instrumentos que permitiam o tratamento de traumas com a ligadura das artérias em substituição à cauterização.
O grande salto de desenvolvimento, entretanto, aconteceu a partir do século 18 com o surgimento de instrumentos feitos de aço, proporcionados pela Revolução Industrial. Desde então, a evolução da indústria se tornou uma grande aliada ao advento de equipamentos e técnicas mais seguras e eficientes na Medicina.
O uso da eletricidade nos instrumentos cirúrgicos proporcionou a última revolução no setor. O bisturi elétrico, desenvolvido na segunda metade do século 20, utiliza correntes de alta frequência para induzir o aquecimento local e realizar cortes mais precisos com uma coagulação mais rápida.
A última fronteira de inovação é o uso de robôs nas cirurgias. Esses equipamentos, controlados pelo cirurgião, proporcionam operações menos invasivas, com uma ampla visão em três dimensões (3D) que permite procedimentos com menor risco de intercorrências e com tempo de recuperação mais rápido.
Com as novas tecnologias de conectividade, como o 5G, as cirurgias robóticas poderão ser realizadas a distância, o que deve oferecer mais um novo salto evolutivo nas técnicas de operação, beneficiando pacientes e profissionais de saúde.
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Fonte: Randmed, History of Science, Surgimate, Surgical Holdings, Medway, Linternaute, Hospital Albert Einstein.