Como o corpo desenvolve o câncer e luta contra ele? - Summit Saúde

Como o corpo desenvolve o câncer e luta contra ele?

18 de abril de 2022 4 mins. de leitura

Entenda qual é o papel da P53 na formação do câncer no organismo e como os macrófagos auxiliam no combate à doença

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O número de casos de câncer aumenta a cada ano em todo o mundo. No Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é que, no período entre 2020 e 2022, surjam 625 mil novos casos da doença por ano. Isso significa que, no total, mais de 1 milhão de pessoas terão desenvolvido esse problema de saúde até o final de 2022.

Em vista disso, é interessante saber quais são as causas da formação dessa enfermidade e como o organismo tenta combater o surgimento de um tumor.

Qual é a relação entre a formação do câncer e a P53?

As falhas na P53 contribuem para o desenvolvimento do câncer. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
As falhas na P53 contribuem para o desenvolvimento do câncer. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O corpo do ser humano desenvolve o câncer quando uma célula apresenta alteração em seu ácido desoxirribonucleico (DNA), que é um elemento presente no núcleo celular e é responsável por guardar os dados genéticos.

A partir dessa mutação, o organismo começa a produzir células defeituosas em grande escala e sem meios de controle. Assim, com a produção anormal ocorre um ajuntamento desses componentes ruins, levando à formação do tumor.

Existem diferentes fatores que provocam essas modificações celulares, podendo ser tanto uma causa hereditária como uma consequência do ambiente externo ou de hábitos prejudiciais. Dentre esses motivos, é possível destacar:

  • síndrome de Li-Fraumeni;
  • exposição à radiação;
  • poluição do ar;
  • consumo de fumo e bebidas alcoólicas em excesso;
  • infecção por vírus, como o Papilomavírus Humano (HPV).

A P53 é uma proteína cuja função é auxiliar no controle da vida celular, e a sua maior responsabilidade é matar as células doentes a fim de que possam dar lugar a outras que estejam saudáveis, impedindo a multiplicação defeituosa. Considerando isso, ela foi apelidada de “guardiã do genoma”.

Porém, no caso do câncer, ocorre uma alteração no gene da P53 no DNA. Com isso, a proteína não consegue desempenhar adequadamente o seu papel, ou seja, a célula doente é replicada sem nenhuma limitação, já que o “agente” que deveria pausar a duplicação anormal é o que sofreu a própria mutação.

Como o corpo combate a formação do câncer?

O corpo ativa os mecanismos de defesa do sistema imunológico na tentativa de eliminar as células doentes. Nessa circunstância, entra em ação um dos principais meios de intervenção, que são os macrófagos. Por meio do processo de fagocitose, “engolem” as células tumorais, eliminando a presença delas.

Entretanto, o problema é que no caso do câncer, há um descontrole na produção celular defeituosa devido à falha da P53. Então, o organismo não consegue lidar com o grande volume de células tumorais e, por fim, isso resulta na formação do tumor.

Estudos sobre o câncer

O avanço nos estudos de câncer auxilia na criação de novos tratamentos que vão ajudar os pacientes a vencer a doença. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
O avanço nos estudos de câncer auxilia na criação de novos tratamentos que vão ajudar os pacientes a vencer a doença. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

A maior compreensão sobre o processo de desenvolvimento do câncer pode resultar no surgimento de novos tratamentos que sejam ainda mais eficazes na luta contra o surgimento de tumores malignos.

Por exemplo, uma pesquisa sobre a leucemia feita no Reino Unido, pela Norwich Medical School em parceria com o Quadram Institute, revelou que, por meio do uso de uma proteína estimuladora de genes de Interferon (STING), é possível programar os macrófagos para atacar as células cancerígenas que permanecem em pequenas quantidades após a quimioterapia, e isso ajudaria a erradicar a doença do organismo.

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Portanto, analisar o que provoca a doença, quais são as alterações que levam ao tumor e como o corpo tenta se defender auxilia na criação de medicamentos que atuem na prevenção e na intervenção do processo de formação da doença. Além disso, ajuda os médicos a escolher a melhor combinação de imunoterapia para o combate ao câncer.

Quer saber mais? Confira a opinião e a explicação de nossos parceiros especialistas em Saúde.

Fonte: Nature, Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), A.C. Camargo Cancer Center, Science Daily, Instituto Nacional de Câncer.

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