Covid-19: disparidade na vacinação impacta saúde coletiva

19 de agosto de 2021 4 mins. de leitura
Baixas taxas de vacinação em países emergentes afetam a imunidade de rebanho e podem prolongar pandemia

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Desde que a eficácia das vacinas contra a covid-19 começou a ser divulgada em outubro de 2020, uma onda de esperança se espalhou por todo mundo. Porém, oito meses depois, ser vacinado ainda é um sonho para muitas pessoas.

Conforme a vacinação avança nos países, o número de mortes e de doentes por covid-19 diminuem significativamente, mas a realidade não é igual para todos. Os países mais prejudicados são os africanos, que até fevereiro deste ano ainda não tinham começado a receber doses.

Vacinação contra a covid-19 no mundo

No topo do ranking, estão os países Israel, Espanha, Bélgica, Inglaterra, Estados Unidos e China que já atingiram ou estão perto de vacinar pelo menos 70% da sua população adulta com a primeira dose. O número é importante, pois é considerado o mínimo para atingir a imunidade coletiva. 

A China já aplicou mais de 1,7 bilhões de doses e já começou a vacinar crianças, assim como outros 20 países que já vacinam pessoas com menos de 18 anos. (Freepik/Reprodução)
A China já aplicou mais de 1,7 bilhões de doses e já começou a vacinar crianças, assim como outros 20 países que já vacinam pessoas com menos de 18 anos. (Fonte: Freepik/Reprodução)

Os Estados Unidos, uma das maiores potências do mundo, concentram excedente de doses de vacina. Mas, do outro lado do gráfico, a realidade é diferente. Segundo o site Our World in Data, países subdesenvolvidos, como Haiti, República Democrática do Congo, Burkina Faso e Libéria não alcançaram nem 1% da sua população vacinada e seguem dependendo de doações para conseguir as vacinas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), quase 900 milhões de doses foram garantidas para a África por meio de várias iniciativas, mas esse número é capaz de inocular apenas 30% das pessoas que moram no continente. 

Embora a União Africana (que reúne os 55 países do continente) tenha aderido à iniciativa da OMS: o Covax Facility para a aquisição de vacinas, muitas pessoas ainda estão sem acesso ou previsão de quando vão se vacinar devido à falta de financiamento para países subdesenvolvidos e à dificuldade de logística e de regulamentações.

O fim da pandemia só ocorrerá quando a maioria da população adulta de todo o mundo estiver vacinada e os casos sejam zerados ou estejam perto de zero. Prever uma data para o fim da pandemia é arriscado, pois muitos fatores devem ser considerados.

Muitos países que já estavam com a vacinação avançada retiraram o uso obrigatório de máscara e liberaram as aglomerações. Agora, com a variante Delta, que se originou na Índia, esses países estão voltando atrás e já consideram uma nova dose de reforço. 

O problema da vacinação

Com a necessidade de vacinação contra a covid-19, a distribuição desigual das vacinas em todo mundo ficou acentuada. Porém, esse “apartheid” das vacinas já ocorre há anos. Principalmente nos países subdesenvolvidos, milhares de pessoas morrem de doenças para as quais já existem vacinas.

Na África Subsaariana, mais de 500 mil crianças com menos de cinco anos morrem devido à falta de acesso a vacinas por ano. (Fonte: Pixabay;,/12019/Reprodução
Na África Subsaariana, mais de 500 mil crianças com menos de cinco anos morrem devido à falta de acesso a vacinas por ano. (Fonte: Pixabay/12019/Reprodução)

De acordo com um estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine, as comunidades de minorias étnicas e raciais apresentam baixas taxas de vacinação, destacando as disparidades de saúde.  

As vacinas podem diminuir significativamente a morte por doenças evitáveis. Por exemplo, somente nos EUA, por ano, mais de 40 mil adultos morrem de doenças para as quais as vacinas seriam a solução. 

Nos dados avaliados, as populações negra e latina tiveram taxas de vacinação mais baixas do que as populações brancas, ou seja, etnia, renda familiar, nível de educação e tipo de seguro saúde foram preponderantes para que o indivíduo tivesse acesso ou não às vacinas. 

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Fonte: CNN, Our World in Data, Health it Analytics, Poder 360, National Geographicm, Exame.

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