Com os períodos de seca cada vez mais comuns, estima-se que os efeitos da escassez serão recorrentes
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O ano de 2021 foi uma amostra e um aviso de que a crise hídrica não é uma “teoria da conspiração”. Regiões do Brasil sofrem com a falta de chuvas e o baixo nível de água nos reservatórios, gerando uma seca histórica no País que não afeta apenas a economia e o agronegócio. A falta de água também causa efeitos negativos na saúde da população.
Em 2021, o Brasil experimentou uma mínima parcela do que é viver em uma crise hídrica. Estima-se que, pelo planeta, 771 milhões de pessoas têm dificuldade de acessar água segura e cerca de 1 milhão foi vítima de doenças ligadas à dificuldade de acesso e à qualidade da água, como a hidratação, o saneamento básico e a higiene.
A falta de água prejudica os cuidados de limpeza, tão importantes durante o combate de uma doença, por exemplo. Durante a pandemia de covid-19, a crise hídrica afetou as condições de cuidado e de sanitização de famílias pelo mundo todo, sendo a escassez de água segura um problema no combate de outros tipos de doença também.
De acordo com a Water.org, o acesso à água potável e ao sabonete poderia prevenir, anualmente, a morte de cerca de 290 mil crianças de até cinco anos de idade. A dificuldade para a higienização potencializa a contaminação de pessoas com sistema imunológico debilitado ou menos desenvolvido.
A crise hídrica afeta a segurança da água também em regiões com saneamento desenvolvido. Em uma coluna para o Jornal da Universidade de São Paulo (USP), o professor de Medicina Paulo Saldiva defendeu que a “escassez faz que as impurezas se concentrem no pouco volume de água disponível, o que aumenta suas chances de eutrofização e proliferação de matéria orgânica”.
Dessa maneira, o baixo volume de água nos reservatórios facilita o acúmulo dessas impurezas e desses organismos que infectam a água, que supostamente é limpa, aumentando as chances de contaminação por doenças ligadas à escassez.
Além dos efeitos gerados pela higienização da água, existem outros riscos envolvendo diretamente o crescimento das crianças e da crise hídrica, pois água potável e segura é um elemento fundamental no desenvolvimento infantil.
Então, na falta dela, algumas doenças podem se tornar mais recorrentes, como a febre tifoide, a diarreia e a desidratação. Estima-se que a cada dois minutos uma criança morre por uma doença transmitida via água contaminada.
Além disso, a diarreia, diretamente associada ao consumo contaminado, está entre as três doenças que mais mata crianças. De acordo com o Water.org, cerca de 160 milhões de crianças sofrem de nanismo ou má nutrição decorrente da falta de acesso à água potável e segura.
Outra consequência da crise hídrica é a falta de água em serviços essenciais para a população. De acordo com Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), os afetados que poderiam gerar maiores efeitos no dia a dia da população são os hospitais, os postos de saúde e as escolas.
Um ponto também preocupante é a matéria-prima das usinas hidrelétricas brasileiras que, com a escassez da água, podem sofrer na produção de energia e, por consequência, afetar o abastecimento de luz da população brasileira.
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Fonte: Water.org, Jornal da USP, Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, Engie, Agência Social de Notícias.