Quais são os principais métodos diagnósticos da doença renal?

26 de abril de 2022 3 mins. de leitura
Estudo aponta que políticas públicas aplicadas no SUS têm se mostrado ineficazes no diagnóstico de doenças renais

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Cerca de 10% da população adulta do mundo sofrem com algum tipo de doença renal crônica, um dos fatores que motivaram um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em conjunto com a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP).

A pesquisa investigou a eficiência do diagnóstico desses casos e concluiu que, em sua grande maioria, a indicação ocorreu em estágios avançados da doença, mostrando falhas no processo. Entenda a seguir os detalhes do estudo.

Como funcionou a pesquisa

A pesquisa analisou prontuários de 1.066 pessoas atendidas entre novembro de 2019 e fevereiro de 2020 em Unidades Básicas de Saúde (UBS) da região metropolitana de São Paulo (SP). Todos esses indivíduos apresentavam ao menos um fator de risco para o desenvolvimento de doença renal crônica, sendo consideradas como fatores de risco nessa amostragem as seguintes condições: hipertensão, diabetes e idade superior a 60 anos.

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Com a análise, pode-se concluir que são necessárias melhorias no diagnóstico precoce de doença renal crônica com base também na tendência internacional de prevenção a esses quadros. Essa urgência se dá, especialmente, considerando que o diagnóstico pode ser confirmado por meio de exames laboratoriais acessíveis, de forma simples e barata.

Isso é possível graças à identificação de sinais da doença pela observação de indicadores de alterações na função renal, como pressão arterial alta, inchaço corporal (retenção de líquido) e altos níveis de gordura no sangue. Ainda, os exames de creatinina sérica e de proteinúria são bastante úteis e acessíveis.

Embora os procedimentos sejam de fácil acesso e possam ser realizados nas UBS, o estudo demonstrou que o rastreamento da doença renal pelo exame de creatinina sérica não foi realizado em cerca de 20% dos pacientes. O número é ainda maior em relação ao exame de proteinúria, que não foi aplicado em aproximadamente 40% dos participantes.

Com o auxílio de exames laboratoriais simples, como a análise de creatinina sérica, é possível identificar sinais de doença renal crônica. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Com o auxílio de exames laboratoriais simples, como a análise de creatinina sérica, é possível identificar sinais de doença renal crônica. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Também foi observado que, dos pacientes já diagnosticados com a enfermidade, apenas cerca de 16% tinham esse registro no prontuário. Isso mostra que a doença pode não ter sido reconhecida na atenção básica à saúde, evidenciando outro ponto de melhoria.

A identificação precoce desses quadros é importante porque permite evitar complicações maiores ao paciente, por exemplo a necessidade de procedimentos invasivos como a diálise. Nesse sentido, a pesquisa concluiu que é necessário haver o planejamento de políticas públicas efetivas que garantam o diagnóstico precoce e maior controle dos casos de doença renal crônica e de seus fatores de risco.

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Fonte: USP, Scielo.

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