Superbactérias: porcos podem ser agentes transmissores

15 de julho de 2022 3 mins. de leitura
Pesquisa dinamarquesa constatou que superbactérias podem ser transmitidas aos seres humanos

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As superbactérias são popularmente conhecidas por serem resistentes a antibióticos, medicamentos que são a principal forma de tratamento das doenças derivadas desses microrganismos e cujo uso indevido colabora para a resistência aos efeitos contra micróbios e bactérias.

De acordo com um estudo dinamarquês apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID), que aconteceu em 24 de abril deste ano, a resistência pode estar acontecendo em porcos, os quais poderiam estar se tornando vetores e transmissores de superbactérias.

Pesquisa sobre superbactéria

O estudo dinamarquês foi produzido por Semeh Bejaoui e Dorte Frees, da Universidade de Copenhague (Dinamarca), e Søren Persson, do Statens Serum Institut. A teoria que os pesquisadores buscaram comprovar é a de que os porcos estariam produzindo superbactérias mortais capazes de serem transmitidas aos seres humanos.

O uso indevido de antibióticos em porcos é visto como o principal responsável por esse fenômeno. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

No estudo, foi analisada a superbactéria Clostridioides difficile. Para isso, foram escolhidas as cepas e o sequenciamento genético desses microrganismos que infectaram porcos e pacientes que estavam hospitalizados. Após isso, foi testada a resistência da C. difficile aos medicamentos.

A conclusão foi de que as cepas de porcos e humanos eram geneticamente idênticas, sendo ambas resistentes aos remédios. Dessa forma, foi consolidada a teoria de que, por meio do uso de antibióticos em porcos, fazendas estariam criando bactérias mortais com resistência a antibióticos. Segundo os cientistas, o próximo passo da pesquisa é investigar se essas superbactérias teriam sido transmitidas dos porcos para os humanos.

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Como é gerada a resistência?

A capacidade de sobreviver aos remédios é gerada pelo grande índice de antibióticos que costumam ser aplicados em suínos e aves com o intuito de mantê-los vivos por mais tempo, mesmo quando esses animais estão vivendo em condições precárias.

Entretanto, assim como nos humanos, o uso indevido dos antibióticos sem indicação clínica favorece o desenvolvimento e a criação de microrganismos resistentes a medicamentos. A preocupação agora se torna eles serem uma espécie de vetor para as superbactérias.

As superbactérias tendem a atingir e complicar o quadro de pacientes hospitalares. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Clostridioides difficile

A escolha dos cientistas por focar as análises na superbactéria Clostridioides difficile é pelo fato de ela já ser considerada uma ameaça aos antibióticos. Isso porque, de acordo com os pesquisadores, o combate à C. difficile só pode ser feito por meio de três tipos de antibióticos.

A superbactéria gera uma inflamação de cólon que é considerada uma consequência do uso de antibióticos, afetando diretamente a microbiota intestinal, ou seja, o Clostridioides difficile é um risco para idosos e pacientes hospitalares, visto que ambos costumam ficar com a imunidade enfraquecida. Por provocar inflamação intestinal e diarreia, pode ser considerada mortal em alguns casos para esses dois grupos.

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Fontes: SAPO Lifestyle, IG, The Guardian, Eurofarma

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