Uso excessivo de antibióticos pode levar a declínio cognitivo

16 de maio de 2022 3 mins. de leitura
Medicamento pode provocar consequências sérias em mulheres de meia-idade

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Os antibióticos são medicamentos utilizados para combater doenças e infecções causadas por bactérias, sendo essenciais para tratar tuberculose, meningite, gonorreia e outras enfermidades. Entretanto, o uso indiscriminado de antibiótico pode gerar algumas consequências negativas. De acordo com uma pesquisa publicada no The BMJ, publicação periódica do Reino Unido, 25% das prescrições do remédio nos Estados Unidos são feitas de forma equivocada.

Um estudo mais recente levantou uma nova preocupação referente ao consumo indevido de antibióticos. O trabalho analisou a relação entre o uso excessivo do medicamento e o declínio cognitivo em mulheres de meia-idade.

A pesquisa publicada na PLOS One foi idealizada por cientistas da Escola de Medicina Harvard (HMS) e da Rush University, dos Estados Unidos. A investigação buscou mapear os fatores de risco para a demência, entendendo que a estimativa é de crescimento de casos nas próximas décadas.

Antibióticos são medicamentos importantes, mas devem ser prescritos com exatidão. (Fonte: Shutterstock/Fahroni/Reprodução)

Estudo sobre o uso de antibióticos

O estudo foi realizado com cerca de 14 mil mulheres integrantes do Nurses’ Health Study que foram separadas em quatro conjuntos de análise:

  • não usou o remédio;
  • usou por 14 dias;
  • usou entre 15 dias e 2 meses;
  • usou por mais de 2 meses.

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Após serem categorizadas, com o intuito de entender o nível de consumo do medicamento, as participantes foram avaliadas por meio de uma bateria de exames neuropsicológicos e computadorizados entre 2014 e 2018. Os testes serviram para analisar capacidades de memória, resposta psicomotora, atenção, aprendizado e cognição global.

Resultados da pesquisa

Durante as investigações, os pesquisadores perceberam que as mulheres que consumiram antibióticos por mais tempo para tratar infecções urinárias, respiratórias ou problemas dentários apresentavam capacidade cognitiva mais comprometida que as demais analisadas. De acordo com os resultados, o comprometimento avaliado foi de pontuação menor em até três domínios cognitivos.

A microbiota intestinal é o complexo de bactérias, fungos, vírus e arquea que vivem no intestino humano. (Fonte: Shutterstock/Alpha Tauri 3D Graphics/Reprodução)

A pesquisa também abriu hipóteses sobre a relação entre a microbiota intestinal, importante para o funcionamento do organismo, e a capacidade cognitiva. Sabe-se, por exemplo, que a disbiose é responsável por causar inflamações e facilitar o desenvolvimento de algumas doenças. Devido a isso, foi levantada a possibilidade de que tratamentos com probióticos e dietas equilibradas possam manter a microbiota saudável e prevenir o uso de antibióticos.

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Fonte: Ministério da Saúde, BMJ, PLOS One

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