Busca por vacinas tende a ser maior em 2022, mas as indústrias não estão oferecendo doses suficientes
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Representantes da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) têm externado a preocupação com uma possível falta de doses da vacina contra a gripe em clínicas particulares na campanha de 2022. A campanha de imunização teve início no fim de março também na rede pública.
Em nota, a ABCVAC listou um conjunto de fatores que podem levar à falta de doses. O primeiro está relacionado aos recentes surtos de influenza em várias regiões do País, os quais aumentaram a apreensão geral com a doença. Além disso, o Ministério da Saúde diminuiu a faixa etária das crianças no grupo prioritário de vacinação contra a gripe no Sistema Único de Saúde (SUS) de 6 para 5 anos.
Sendo assim, mais pais e responsáveis de crianças de 5 anos — assim como adultos preocupados com os surtos — devem procurar a rede particular em busca de imunizantes, aumentando a demanda. O que o setor teme é que a oferta não cresça no mesmo ritmo. Segundo a ABCVAC, clínicas privadas imunizaram 7 milhões de pessoas em 2020 e 8,5 milhões em 2021.
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O presidente da ABCVAC, Geraldo Barbosa, explica que a imunização contra a influenza é a maior campanha do ano nesse mercado. Por isso, uma eventual escassez seria especialmente prejudicial para as clínicas particulares.
As encomendas são feitas às indústrias com bastante antecedência, geralmente no início de cada ano. Sendo assim, o que se encontra nas clínicas depois de abril são as vacinas que já foram negociadas; se essas acabarem, é muito difícil fazer outros pedidos antes da próxima campanha.
Vale ainda destacar que os imunizantes utilizados nas clínicas particulares costumam ser importados, enquanto a rede pública aplica doses produzidas pelo Instituto Butantan. Portanto, as demandas brasileiras estão sujeitas ao mercado internacional.
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A campanha de imunização contra o vírus influenza, na rede pública, foca grupos de maior risco: idosos acima de 60 anos, pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas, crianças menores de 5 anos e profissionais da Saúde e da Educação.
Já o restante da população deve procurar a rede particular, que geralmente cobra entre R$ 100 e R$ 200 pela dose. É interessante notar que, além da origem importada, os imunizantes de clínicas privadas costumam ser do tipo tetravalente. Isso significa que eles oferecem proteção contra quatro tipos de influenza, enquanto os da rede pública geralmente são trivalentes. Ambos são eficazes e foram atualizados para a nova cepa que causou os surtos recentes.
Dito isso, também é preciso salientar a importância da vacinação contra a gripe em todas as faixas etárias. Ao Estadão, a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, afirmou que a influenza causa de mil a 3 mil óbitos anuais, além de 6 mil ocorrências de síndrome respiratória aguda grave (SARS).
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Fonte: ABCVAC (Associação Brasileira das Clínicas de Vacina), Estadão Saúde.