Hepatites virais: saiba o que significa a campanha Julho Amarelo

28 de julho de 2023 6 mins. de leitura
Em 28 de julho, é comemorado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, que busca conscientizar sobre a doença.

O Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais é celebrado em 28 de julho, como parte da campanha Julho Amarelo, que tem como objetivo principal aumentar a conscientização sobre as hepatites virais, promovendo a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado dessas doenças.

Essa data foi escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2010, em homenagem ao aniversário do cientista Baruch Blumberg, ganhador do Prêmio Nobel de Medicina por sua descoberta do vírus da hepatite B e pelo desenvolvimento de um teste de detecção do vírus.

O que são hepatites virais?

(Fonte: GettyImages/Reprodução)
As hepatites virais provocam mais de 1,4 milhão de mortes por ano, uma taxa de mortalidade equivalente à de tuberculose e do vírus HIV. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

As hepatites virais são inflamações do fígado causadas por vírus, gerando alterações leves, moderadas ou graves no órgão. Dividem-se em cinco tipos.

Hepatite A

Causada pelo vírus A da hepatite (HAV), é conhecida como “hepatite infecciosa”. A hepatite A é geralmente uma doença benigna, mas sua gravidade pode aumentar com a idade. Muito raramente, evolui para insuficiência hepática, sangramento e morte.

A transmissão ocorre principalmente por meio do contato com fezes contaminadas, por isso a doença tem ligação com água contaminada e falta de higiene pessoal. A hepatite A pode ser transmitida por contatos pessoais próximos, como no ambiente domiciliar, entre pessoas em situação de rua ou em creches, e também por sexo anal.

Hepatite B

A hepatite B é transmitida por meio de contato com sangue contaminado com vírus hepático tipo B (HBV), relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de objetos perfurantes de higiene pessoal, sessões de tatuagem ou piercing, uso de drogas, bem como de mãe para filho durante o parto. As inflamações podem provocar hepatite crônica, cirrose e câncer de fígado.

As crianças infectadas têm maior risco de desenvolver a forma crônica, chegando a 90% em menores de 1 ano e entre 20% e 50% em crianças de 1 a 5 anos. Em adultos, cerca de 20% a 30% dos infectados cronicamente podem desenvolver complicações geradas pelas inflamações.

Hepatite C

A hepatite C é considerada a maior epidemia da humanidade, com um número cinco vezes superior de pessoas infectadas em comparação à AIDS. No Brasil, existem cerca de 657 mil casos estimados, e a maioria dos indivíduos desconhece sua condição.

Transmitida principalmente pela exposição ao sangue contaminado, a doença tem prevalência maior entre pessoas com mais de 40 anos, tendo como grupos de risco pacientes em hemodiálise, presos, usuários de drogas e pessoas vivendo com HIV.

Entre 60% e 85% dos casos de hepatite C se tornam crônicos. Em média, 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo. A doença também pode causar câncer e descompensação hepática, elevando o risco de mortalidade.

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Hepatite D

Os olhos amarelos são um sintoma de hepatites virais. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Os olhos amarelos são um sintoma de hepatites virais. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A hepatite D ocorre em pessoas já infectadas com o vírus da hepatite B, com formas de transmissão idênticas, tais como o contato com sangue de pacientes contaminados. A forma crônica é considerada a mais grave entre as hepatites virais, com uma progressão mais rápida para cirrose e maior risco de descompensação hepática, câncer e óbito.

A infecção pelo vírus delta da hepatite (HDV) pode ocorrer por coinfecção, quando há exposição simultânea tanto ao HBV quanto ao HDV, que geralmente termina com a recuperação completa. A doença também pode ser causada por superinfecção, com infecção por HDV após infecção crônica por HBV, oferecendo mais risco ao paciente.

Hepatite E

A transmissão da hepatite E acontece por meio do contato direto com fezes contaminadas, especialmente em situações de higiene pessoal negligenciada. Além disso, a transmissão sexual e o uso compartilhado de agulhas contaminadas por usuários de drogas injetáveis podem contribuir para a propagação do vírus.

Embora a hepatite E geralmente se resolva espontaneamente em algumas semanas, em certos casos, principalmente em mulheres grávidas e pessoas com sistema imunológico enfraquecido, a infecção pode se tornar grave e levar a complicações, como insuficiência hepática aguda.

Quais são os sintomas das hepatites virais?

A maioria das pessoas infectadas com as hepatites virais não apresenta sinais, principalmente nos estágios iniciais. Por isso, a detecção precoce por meio de exames laboratoriais é fundamental para tratar a doença.

Quando aparecem, os sintomas mais comuns incluem:

  • cansaço;
  • febre;
  • mal-estar;
  • tontura;
  • enjoo;
  • vômitos;
  • dor abdominal;
  • icterícia;
  • urina escura; e
  • fezes claras.

Como prevenir as hepatites virais?

A prevenção das hepatites virais envolve estratégias para inibir a transmissão dos vírus, de acordo com cada tipo de doença.

  • Vacinação: as vacinas estão disponíveis para prevenir as hepatites virais A e B.
  • Higiene pessoal: lavar as mãos regularmente com água e sabão é fundamental para evitar a propagação dos vírus das hepatites, especialmente após usar o banheiro e antes de manipular alimentos.
  • Segurança nas relações sexuais: usar preservativos de forma consistente e correta durante as relações sexuais pode reduzir significativamente o risco de transmissão das hepatites B e C.
  • Uso de material estéril: evitar compartilhar agulhas, seringas e cachimbos para o consumo de drogas é um modo de prevenir as hepatites B, C e D.

Fontes: Ministério da Saúde, Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT)

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