A Medicina de Família e Comunidade (MFC) auxilia na saúde pública, no setor privado e em ensino e pesquisa
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O Brasil conta com cerca de 10 mil profissionais especializados em Medicina de Família e Comunidade (MFC), segundo dados da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC). No entanto, há um déficit de, pelo menos, 70 mil especialistas, tanto no setor público quanto no privado.
A falta de valorização financeira e de planos de cargos e salários no setor público dificulta a atração de profissionais para a especialidade. No setor privado, é necessário entender que os médicos de família “não são garçons para o setor secundário ou médicos que fazem triagem”, ressalta Zeliete Zambon, presidente da SBMFC. “Precisamos de mudanças de mindset”, afirma ela.
A MFC deve ser a especialidade de primeiro acesso de todas as pessoas à Saúde, exceto em situações de trauma físico ou com risco de morte iminente. “Somos nós que avaliamos todas as necessidades de saúde das pessoas”, explica Zambon. O especialista cuida de problemas agudos, crônicos, indiferenciados, em todas as idades e todos os gêneros. Caso a necessidade não seja resolvida na Atenção Primária, o profissional avalia qual é o melhor caminho e acompanha a trajetória do paciente em outros sistemas de saúde.
Além disso, coordena os saberes e as atuações das diversas especialidades para que o paciente tenha as necessidades resolvidas. “Isso evita perda de tempo e melhora a resolubilidade dos problemas”, defende a presidente da SBMFC. Cerca de 85% das demandas das necessidades são resolvidas no consultório do médico familiar.
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O atendimento do médico de família não se restringe à medicina, devendo avaliar outras questões que influenciam a saúde do paciente. “Agimos de forma integral, avaliando todo tipo de necessidade que as pessoas tenham”, comenta Zambon, já que o problema pode estar relacionado a questões sociais, econômicas, ambientais ou emocionais.
O profissional atua, ainda, como consultor dos pacientes ao longo de toda a vida, por isso pode ser mais assertivo em orientá-los na resolução das dificuldades de saúde. A Medicina de Família e Comunidade faz que todo o sistema funcione de forma engrenada, ou seja, coordenando todas as necessidades de saúde da população brasileira. “A vocação equaciona melhor os gastos de acordo com as necessidades”, avalia Zambon.
O médico de família não pode ser confundido com o clínico geral. O profissional de Medicina Familiar, após terminar a graduação, passa por uma especialização de dois anos em residência médica na área. O clínico geral, por sua vez, é graduado em Medicina, mas em geral sem uma especialidade.
Os profissionais em Medicina de Família e Comunidade são especialistas em Atenção Primária à Saúde. A formação os habilita para a coordenação de cuidados e de todos os gastos de saúde, além de auxiliar na gestão do sistema para gerar valor para clientes e pacientes.
O principal campo de atuação do especialista em Medicina de Família são as unidades de Atenção Primária. Segundo os cálculos da SBMFC, são necessários, no mínimo, 45 mil profissionais nos postos de saúde. “Temos também uma necessidade crescente desse especialista no setor privado, de ensino e pesquisa”, comenta ela.
O profissional também pode atuar por meio da telemedicina. “Temos que entender que as necessidades mudam, ferramentas novas vêm chegando e a saúde digital está presente cada vez mais na vida das pessoas”, ressalta Zambon. A ferramenta, porém, deve ser bem avaliada e utilizada conforme as regras do Conselho Federal de Medicina (CFM).
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Fontes: Zeliete Zambon, Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).