O Brasil registrou o primeiro caso de morte por gripe A do ano e Fiocruz alerta para o número crescente de notificações da doença
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O Estado do Paraná registrou, em junho, o primeiro caso de morte por gripe A do Brasil em 2023. O vírus H1N1v, coletado do paciente, apresenta características semelhantes às do patógeno encontrado no surto de influenza suína ocorrido em 2015 no País, o qual causou quase 2 mil óbitos até o fim do ano seguinte.
As notificações de gripe A foram a maioria entre os registros de influenza em maio e no início de junho, de acordo com o Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A doença está em tendência de alta e representou 9% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em março, 22% em abril e 33% em maio.
A campanha nacional de vacinação contra a gripe, realizada em abril e junho, aplicou 50 milhões de doses do imunizante, segundo balanço do Ministério da Saúde. No entanto, atingiu apenas a metade do público prioritário, composto de trabalhadores de saúde, idosos, gestantes, puérperas e professores.
A gripe A, conhecida anteriormente como gripe suína, é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza tipo A, uma variante do vírus da gripe que normalmente infecta porcos, mas pode ser transmitida para humanos.
O patógeno causador da influenza A é do subtipo H1N1 e pode sofrer mutações com facilidade, levando ao surgimento de novas cepas. O vírus preocupa por conta de sua propagação, capaz de gerar índices altos de transmissibilidade.
A doença ganhou atenção mundial em 2009, quando uma pandemia foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A gripe A se espalhou rapidamente em 214 países, infectando 575 mil pessoas e causando quase 20 mil óbitos.
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A gripe A pode ser transmitida de pessoa para pessoa da mesma forma que a gripe sazonal: principalmente por meio de gotículas respiratórias produzidas por tosse, espirro ou fala de indivíduos infectados pela doença. Essas gotículas podem ser inaladas por pessoas próximas, que podem se infectar.
Se alguém toca uma superfície contaminada pelo vírus da gripe A e depois o rosto (nariz, boca ou olhos), também pode se infectar com o vírus. Em alguns casos, a transmissão ocorre antes que os sintomas se manifestem ou em pessoas que são infectadas e permanecem assintomáticas.
Para reduzir o risco de infecção, são recomendadas medidas de higiene, como:
Os sintomas da gripe A são semelhantes aos da gripe comum. Os sinais mais frequentes da doença são:
Além disso, algumas pessoas também podem apresentar sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia, embora isso seja menos comum. Em alguns casos, a gripe A pode levar a complicações mais graves, como pneumonia e problemas respiratórios.
O tratamento da gripe A envolve medidas para aliviar os sintomas e promover a recuperação, como descanso, hidratação, analgésicos e antitérmicos. Os descongestionantes nasais ou sprays salinos podem ajudar a aliviar a congestão nasal. Na maioria dos casos, a recuperação do paciente acontece entre sete e dez dias.
Em pessoas com maior risco de complicações ou em casos graves, os médicos podem prescrever medicamentos antivirais, como os inibidores da neuraminidase, para reduzir a duração e a gravidade dos sintomas.
Fonte: Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). Resumo do Boletim InfoGripe, Ministério da Saúde