Mulheres sofrem mais de distúrbios do sono, diz estudo

5 de setembro de 2022 4 mins. de leitura
Pesquisa aponta que mais de 60% dos brasileiros têm sono de má qualidade, sendo que as mulheres são as mais afetadas

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Todas as pessoas estão sujeitas a ter distúrbios do sono, seja de forma isolada, seja com certo grau de frequência. No entanto, diversos estudos mostram que as mulheres são mais propensas a esse problema do que os homens.

A privação de sono pode causar não apenas uma sonolência diurna como também afetar as saúdes física e mental. Por isso, é importante entender o porquê dessas alterações no padrão do sono.

A insônia é mais comum em mulheres

A insônia é considerada mais comum entre as mulheres do que entre os homens. Estudos realizados por pesquisadores da Universidade de Maryland (Baltimore, EUA) e da Universidade Chinesa de Hong Kong (China) comprovam que as taxas de distúrbio do sono são mais altas no público feminino, estimando um risco 40% maior em comparação ao masculino.

Além disso, as mulheres tendem a experienciar a insônia de forma diferente, apresentando mais de um sintoma (como ansiedade, depressão ou irritabilidade), enquanto os homens costumam relatar apenas o principal (a dificuldade para dormir).

Ainda em uma pesquisa realizada pela National Sleep Foundation, publicada em abril de 2022, quase 70% das entrevistadas alegaram ter tido problemas para dormir durante algumas noites no decorrer do mês anterior à pesquisa, uma taxa bem significativa.

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Por que as mulheres apresentam mais distúrbios do sono?

Não há ainda um consenso científico a respeito do porquê os distúrbios do sono são mais comuns em mulheres. Porém, muitos pesquisadores acreditam que isso está relacionado a uma combinação de elementos, incluindo diferenças biológicas de gênero e fatores sociais.

Primeiramente, há uma maior predisposição fisiológica das mulheres para desenvolverem insônia devido às oscilações hormonais que enfrentam mensalmente. Essas mudanças no funcionamento hormonal fazem o sono ser prejudicado em alguns momentos, uma vez que os hormônios modificam diretamente aspectos da saúde e do bem-estar feminino.

Nesse cenário, também se enquadram outras condições que geram variações hormonais às mulheres e podem alterar o padrão do sono, como a gravidez e a menopausa.

As alterações hormonais e os desconfortos da gravidez podem ser impeditivos de boas noites de sono. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

Questões de saúde mental também influenciam o descanso, então condições como a depressão, a ansiedade e o estresse são diagnosticadas mais frequentemente no público feminino. Uma vez que essas disfunções alteram os níveis das mesmas substâncias químicas que regulam o prazer e o sono, deixando as mulheres mais vulneráveis a problemas como a insônia.

Indo além dos pontos biológicos, há ainda a carga dos fatores sociais. Embora os papéis estejam mudando, as mulheres ainda costumam ser responsáveis por mais atribuições nos lares, cuidando da casa e dos filhos, procurando o equilíbrio com o trabalho fora de casa. Isso gera sobrecarga e aumenta os níveis de estresse, frustrando os momentos de pleno descanso.

A sobrecarga é um dos fatores que impulsiona os distúrbios do sono em mulheres. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

Dessa forma, nota-se uma ampla gama de fatores que podem ocasionar um distúrbio do sono, mas é importante não ignorar as noites maldormidas, afinal, dormir menos do que o recomendado (de sete horas a oito horas por noite) pode gerar malefícios à saúde.

Sendo assim, ao observar os sintomas de desregulação no padrão de descanso, é válido procurar um médico para descobrir a origem do problema e tratar da insônia. Muitas vezes, essa questão pode ser resolvida apenas com melhorias na higiene do sono, que se refere aos cuidados com o ambiente e os hábitos antes de dormir — por exemplo, limitar o uso de cafeína, diminuir a exposição a telas (celular ou computador) e estar em um local aconchegante.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião de nossos parceiros especialistas em Saúde.

Fonte: Sleep Foundation, Michigan Health, Pubmed, Science Direct, National Library of Medicine

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