Novo estudo sugere que vitamina K pode prevenir a demência

29 de junho de 2022 4 mins. de leitura
Pesquisadores da Al Maaref University constata a importância da vitamina K na prevenção de doenças neurodegenerativas

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Pesquisadores da Al Maaref University (Arábia Saudita) constataram que o consumo da vitamina K pode ser eficaz no combate à demência e a outras doenças neurodegenerativas. Estudos anteriores já haviam demonstrado o potencial para proteger as funções cerebrais, mas essa foi a primeira vez em que foi comprovada a eficácia.

O estudo ainda não foi publicado, porém teve seus resultados apresentados no evento Experimental Biology Meeting, realizado em 5 de abril de 2022, nos Estados Unidos, na American Society of Anatomy (ASA).

Na ocasião, o autor sênior do estudo, Mohamed El Sherbiny, sublinhou a importância da vitamina K2 para impedir alterações comportamentais, funcionais, bioquímicas e histopatológicas comuns no envelhecimento do cérebro senil.

O estudo foi realizado com camundongos de idade avançada e durou 17 meses. O grupo que recebeu a suplementação com vitamina K apresentou melhora na performance de aprendizado, na inteligência visual-espacial, além de reduzir a ansiedade e a depressão.

Segundo El-Sherbiny afirmou no comunicado oficial divulgado no evento, mais pesquisas são necessárias para comprovar os efeitos em seres humanos e também para descobrir quais são as doses indicadas do nutriente para cada paciente.

O estudo dos pesquisadores da Al Maaref University é inovador por mostrar os caminhos biológicos que a vitamina K pode percorrer no cérebro. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Situação mundial

A demência é um quadro de saúde caracterizado pelo prejuízo progressivo da memória e da atenção. Ela pode ser causada por diversos fatores e normalmente começa a aparecer em pessoas acima dos 60 anos.

No ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório preocupante sobre a saúde mental no mundo. De acordo com o órgão, os países têm falhado no combate à demência, e as doenças que a causam, como Alzheimer, Parkinson e demência senil, devem alcançar 139 milhões de pessoas até 2050. Atualmente, a OMS estima que 55 milhões de pessoas convivam com a patologia.

Ainda de acordo com a agência governamental, as iniciativas de saúde pública são insuficientes para o cuidado da população acometida pela doença. Somente um quarto dos países têm uma política estratégica voltada à condição de saúde.

No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), 1,5 milhão de pessoas sofrem de demência. A principal causa é a doença de Alzheimer, que não tem cura. Apesar disso, cuidados paliativos podem reduzir os efeitos da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

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Vitamina K

A vitamina K é um nutriente encontrado em diversos alimentos, principalmente nas hortaliças e nos óleos vegetais, e tem um papel importante no processo de coagulação sanguínea. A Vitamina K2 (menaquinona) é sintetizada por bactérias presentes no trato intestinal, além de ser encontrada em alimentos fermentados ou de origem animal.

Hortaliças são ricas fontes de vitamina K. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

A vitamina K é encontrada em alimentos comuns, como espinafre, rúcula, couve, acelga, brócolis, óleo de soja, de oliva e de canola ou em frutas, como abacate, uva, ameixa, figo e kiwi.

Por isso, poucos adultos apresentam baixas doses do nutriente. Geralmente, quando isso ocorre, existe deficiência na absorção intestinal, baixa ingestão da vitamina relacionada ao uso de medicamentos ou altas doses de vitamina A e E que podem antagonizar com a vitamina K.

Quer saber mais? Assista aqui a opinião dos nossos parceiros especialistas em Saúde.

Fonte: Organização Pan-Americana da Saúde, Organização Mundial da Saúde, Olhar Digital, Independente, Página 1, Metrópoles, Tua Saúde, Medical News Today

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