Doença não tem cura, mas com orientação médica é possível melhorar a aparência da pele
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Vitiligo é um distúrbio crônico caracterizado pela despigmentação da pele. A doença não causa maiores danos à saúde e existem tratamentos que, quando feitos em pessoas com diagnóstico precoce, podem ajudar a interromper a perda de cor da pele e até recuperar a pigmentação.
A doença causa o surgimento de manchas brancas na pele com tamanhos e formatos variáveis. O artigo científico An update on Vitiligo pathogenesis, liderado pelo pesquisador Julien Seneschal e publicado no periódico médico Pigment Cell & Melanoma Research, sugere que entre 0,5% e 2% da população mundial possam ser acometidos pela doença.
Ainda não há consenso sobre o que causa o vitiligo. A principal hipótese é que ela seja uma doença autoimune, quando o próprio corpo ataca células específicas. Nesse caso, o corpo destrói os melanócitos, que produzem a melanina.
Normalmente, pessoas acometidas pelo vitiligo têm outras doenças autoimunes, como diabetes, doenças da tireoide e artrite reumatoide. Em 30% dos casos, pode ter relação com hereditariedade.
Outra hipótese é que o vitiligo surja após determinadas substâncias entrarem em contato com pintas no corpo, o que gera a destruição dos melanócitos. Também há suspeita de que algumas substâncias, como a hidroquinona, encontrada em borrachas e outros tipos de tecido, possam provocar a despigmentação.
Além do contato com essas substâncias, também há evidências de fatores emocionais, como depressão, luto e outros traumas, poderem desencadear a doença.
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O diagnóstico é realizado por meio de exame clínico. Normalmente, a mera observação de um médico basta para diagnosticar a doença. As manchas são bastante características e surgem mais comumente em locais como joelhos, cotovelos, dedos, pernas, punhos, axilas, região lombar e áreas em torno da boca, do ânus, dos olhos e do nariz. Para pessoas muito brancas ou para confirmação do diagnóstico pode ser realizada a biópsia da pele.
Existem dois tipos de vitiligo: o segmentar e o não segmentar. O segmentar é mais comum em crianças e afeta apenas um lado do corpo. As manchas são irregulares, de cor heterogênea e mais comuns no rosto. Em geral, essas manchas se estabilizam e não têm relação com doenças autoimunes.
O vitiligo não segmentar é o mais comum e afeta os dois lados do corpo, por exemplo os dois pés, as duas mãos ou os dois olhos. Normalmente, acontece mais tarde e evolui de forma imprevisível, inclusive com períodos de melhora e estagnação. Nesse tipo, as manchas costumam ter a borda bem definida e a despigmentação é homogênea. O vitiligo não segmentar é o que tem mais relação com doenças autoimunes.
O vitiligo não é transmissível. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), normalmente a doença se manifesta entre os 13 anos e os 22 anos, mas não há limite de idade para seu aparecimento.
No geral, a despigmentação não causa nenhum outro sintoma de saúde, mas alguns pacientes podem relatar coceira durante o surgimento de novas manchas ou hipersensibilidade nas partes despigmentadas.
Roupas apertadas, fricção ou muito contato com a pele e exposição ao sol podem aumentar as manchas. Por isso, indivíduos que queiram controlar ou reduzir o tamanho e o número de manchas devem tomar muito cuidado com a pele.
O vitiligo não tem cura, mas é uma doença benigna, sendo que existem alguns tratamentos que podem impedir o crescimento de manchas e o surgimento de novas, em alguns casos até há relato de retorno da pigmentação original da pele sem o uso de medicamentos.
Entre os tratamentos mais indicados estão os tópicos com imunomoduladores e corticosteroides; também existem aqueles com luz, chamados de fototerapia; outros com laser e até cirurgia para transplante de melanócitos.
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Fonte: Pigment Cell & Melanoma Research, Universiteit Gent, National Library of Medicine, Sociedade Brasileira de Dermatologia, Hospital Albert Einstein, Dráuzio Varella