Vírus sincicial respiratório: conheça os sintomas, causas e riscos

12 de junho de 2023 4 mins. de leitura
A chegada do outono eleva os casos de doenças pulmonares, como as infecções causadas pelo vírus sincicial respiratório

Com a chegada do outono e inverno, é importante estar atento aos sintomas de gripes e resfriados, que podem ser causados pelo vírus sincicial respiratório (VSR). Em crianças, o patógeno é responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Em adultos saudáveis, a infecção geralmente causa apenas sintomas leves semelhantes aos do resfriado comum. Entretanto, em idosos ou pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos, a infecção pode ser mais grave e levar a complicações respiratórias graves. As crianças podem apresentar dificuldades respiratórias, febre ou sinais de desidratação.

Em casos graves, as crianças podem desenvolver bronquiolite, sendo necessária a hospitalização para tratamento com oxigênio. Se o paciente menor de 4 anos não consegue beber por causa da respiração rápida, pode precisar de fluidos intravenosos. Em raras ocasiões, os bebês infectados precisam de aparelhos para respirar ou internação em UTI.

Como se pega o vírus sincicial respiratório?

VSR não tem vacina e é altamente transmissível. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O vírus sincicial respiratório é altamente contagioso e pode ser transmitido de pessoa para pessoa por meio de gotículas de saliva ou secreções nasais quando alguém infectado tosse ou espirra. O patógeno pode se espalhar também pelo contato com objetos contaminados, como brinquedos, superfícies e utensílios compartilhados.

Por isso, é importante tomar medidas preventivas, como lavar as mãos com frequência, evitar contato próximo com pessoas doentes, limpar e desinfetar regularmente objetos e superfícies compartilhados, e cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar. Ainda que seja mais comum no outono e inverno, o VSR pode ocorrer em qualquer época do ano.

O VSR infecta principalmente células epiteliais do trato respiratório, incluindo as células das vias aéreas superiores e inferiores, como o nariz, a faringe, a traqueia e os pulmões. Uma vez dentro da célula hospedeira, o genoma de RNA viral é liberado e começa a replicar-se usando as estruturas celulares do hospedeiro.

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Quais são os sintomas do VSR?

Em casos mais graves de vírus sincicial respiratório, as crianças precisam de ajuda de aparelhos para respirar. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Tratamento para o vírus sincicial respiratório é direcionado ao alívio dos sintomas da doença. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Os sintomas do vírus sincicial respiratório podem variar de leves a graves, dependendo da idade e do estado de saúde da pessoa infectada. Em crianças pequenas e bebês, a infecção pelo VSR pode ser grave e até mesmo fatal. Os sintomas geralmente aparecem cerca de 4 a 6 dias após a exposição ao vírus e podem incluir:

  • congestão nasal;
  • tosse;
  • febre;
  • dificuldade para respirar;
  • chiado no peito;
  • falta de apetite;
  • irritabilidade;
  • cansaço.

Em crianças mais velhas e adultos saudáveis, o VSR normalmente causa apenas sintomas leves, semelhantes aos de um resfriado comum, como coriza, tosse e febre baixa. Todavia, pessoas com sistema imunológico enfraquecido, como os idosos e aqueles com doenças crônicas, podem desenvolver sintomas mais graves e estar em risco de complicações.

Em casos graves, a infecção pelo VSR pode levar à pneumonia, bronquiolite, insuficiência respiratória e até mesmo morte, principalmente em bebês prematuros ou com problemas de saúde subjacentes.

Qual é o tratamento para o vírus sincicial respiratório?

Ainda não há tratamento específico para as causas do vírus sincicial respiratório. Os cuidados com os pacientes são dedicados aos sintomas da doença, como medicamentos antitérmicos para controlar a febre e remédios antitussígenos e descongestionantes, que podem ser usados para aliviar a secreção nasal.

Nos casos mais graves, o paciente pode precisar ser hospitalizado para receber oxigênio suplementar e tratamento intensivo de suporte respiratório. Nos casos de bebês prematuros, com doenças cardíacas ou pulmonares crônicas, pode ser necessário palivizumabe, um anticorpo monoclonal oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: Hospital Albert Einstein, Hospital Infantil Sabará, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Drauzio Varella

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