O exame é a principal maneira de prevenir o câncer de colo de útero
Publicidade
Conheça o maior e mais importante evento do setor de saúde do Brasil.
Uma pesquisa do Observatório de Atenção Primária à Saúde, da Umane, uma associação civil com foco em projetos sociais de prevenção a doenças, demonstrou que 20% das brasileiras que vivem nas capitais nunca realizaram o exame citopatológico do colo do útero.
Esse exame, mais conhecido como papanicolau, é o principal método de diagnóstico do câncer do colo do útero, além de detectar outras doenças, como clamídia, sífilis, gonorreia, papilomavírus humano (HPV), candidíase, tricomoníase, bem como é capaz de detectar a presença de nódulos e cistos.
A pesquisa, que foi baseada em dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), disponibilizada em 2021, demonstra uma grande disparidade na porcentagem de realização do exame em diferentes cidades e faixas etárias. Entre as mulheres de 18 a 24 anos, 64,3% nunca realizaram o exame, o número cai para 26,4% na faixa entre 25 e 34 anos.
No artigo Conhecimento e adesão ao papanicolau de mulheres de uma rede de Atenção Primária à Saúde, publicado na Revista de Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), os pesquisadores — liderados pela médica Gabriela Abasto Iglesias — demonstram a diferença da percepção sobre a importância do papanicolau em diferentes classes sociais.
Após aplicar questionários a quase 100 mulheres em São José do Rio Preto (SP), ficou clara a diferença do conhecimento que pessoas de classes sociais mais altas têm em relação à importância desse exame.
Além disso, a pesquisa demonstrou que a grande maioria das mulheres que não realizou o exame no cronograma indicado justificaram a ausência por vergonha ou falta de tempo.
As desigualdades econômicas e regionais na realização do papanicolau também ficam claras na Pesquisa da Umane. Nas diferentes capitais do País, o índice de realização do papanicolau varia muito. Em Maceió (AL), por exemplo, 40% das mulheres não realizaram o exame, enquanto em Florianópolis (SC) o índice foi de apenas 14,9%.
Leia também:
O exame citopatológico do colo do útero é chamado de “papanicolau” em homenagem ao patologista grego Georgios Papanicolaou, que criou o método no início do século. Ele é a principal maneira de detectar alterações nas células do colo do útero, assim pode detectar lesões causadas pelo câncer de útero e uma série de outras doenças.
Segundo o Ministério da Saúde, o exame é indicado para todas as mulheres que já iniciaram a vida sexual. Inicialmente, o exame deve ser feito anualmente e, após a realização de dois seguidos em um intervalo de um ano e apresentando resultados normais, o preventivo pode começar a ser feito a cada três anos.
Para que não haja alterações no exame, é importante que a pessoa não esteja menstruada, não tenha tido relações sexuais nem utilizado duchas ou medicamentos no local nas últimas 48 horas. Além disso, o exame pode causar desconforto e um pouco de dor local.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, é o terceiro tipo de tumor maligno mais comum nas brasileiras.
Em 2020, a doença vitimou 6.627 pessoas. Estima-se que a incidência da doença no País seja de 16,4 por 100 mil indivíduos, sendo mais alta do que a média global, de 13,1.
A detecção precoce da doença pelo teste de Papanicolau aumenta muito as chances de cura. Estima-se que, quando realizado dentro do cronograma, esse exame pode reduzir entre 60% e 90% as chances de surgimento do câncer do colo do útero. Quando diagnosticado na fase inicial, com lesões precursoras que antecedem o aparecimento da doença, a chance de cura é de 100%. O tratamento do câncer de colo de útero varia para cada paciente, entre os principais métodos estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia.
Quer saber mais? Assista aqui a opinião dos nossos parceiros especialistas em Saúde.
Fonte: MINISTÉRIO DA SAÚDE. Técnico em Citopatologia, Instituto Nacional do Câncer, Ministério da Saúde, Revista de Ciências Médicas PUC, , Tua Saúde, Lavoisier, MedicinaSA