Ministério da Saúde decretou fim de emergência sanitária por conta da covid-19, enquanto Estados e municípios suspendem uso de máscaras
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O Ministério da Saúde decretou o fim da emergência sanitária por conta da covid-19 no Brasil. Ao mesmo tempo, Estados e municípios flexibilizaram as medidas preventivas para evitar a disseminação do coronavírus, especialmente em relação ao uso de máscaras.
As medidas só estão sendo possíveis diante da melhora do cenário epidemiológico no País. Enquanto a vacinação avança, com mais de 73% da população brasileira completamente imunizada, o número de casos e óbitos causados pelo Sars-CoV-2 se aproxima dos menores índices registrados durante toda a pandemia.
No entanto, tudo pode ser revisto caso surjam novos surtos, a exemplo do que acontece na China. “Se houver uma reversão, pode-se retornar, a qualquer momento, ao uso das máscaras”, alertou Antonio Carlos Bandeira, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
O continente asiático passou por duas importantes epidemias respiratórias no início do século. Isso fez que a população adquirisse o costume de usar equipamentos de proteção facial. “Não há dúvidas de que as máscaras cirúrgicas e N95 são muito importantes para redução da transmissão, e a Ásia se beneficia desse hábito há muito tempo”, comentou Bandeira.
Por isso, mesmo com a falta de obrigatoriedade, o item pode ser bem-vindo para fazer as pessoas se sentirem seguras. Ainda assim, com as taxas de infecção por covid-19 em declínio, o risco de não usar máscara é muito baixo para a população imunizada. A utilização deve ser avaliada caso a caso, de acordo com cada contexto.
Por exemplo, o uso em áreas externas, onde é mantido o distanciamento entre as pessoas, pode ser desnecessário. “Em ambientes abertos, o risco de contrair o coronavírus é nulo, se uma pessoa não conversar com outra próxima por, pelo menos, dois minutos”, avaliou Bandeira.
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Mesmo com o uso de máscaras liberado de forma geral, alguns grupos populacionais devem continuar utilizando a proteção facial. “É ainda muito recomendado para idosos acima de 70 anos, doentes e pessoas com imunossupressão ou com doenças crônicas, diabetes e obesidade, independente do esquema vacinal”, afirmou o infectologista.
Hospitais, clínicas, aeronaves, ônibus, metrô e trens são locais de grande aglomeração e mais propícios à disseminação de doenças respiratórias. Por isso, profissionais de saúde e pessoas em transportes coletivos também não devem abandonar o equipamento, apesar da flexibilização das normas.
Além disso, no aparecimento de sintomas de doenças respiratórias, a pessoa deve voltar a usar o item, independente da idade, profissão ou comorbidade. “Sempre que a pessoa apresentar quadro de infecção respiratória, é muito importante que ela use máscara para prevenir a transmissão para outros indivíduos”, recomendou Bandeira.
Além de proteger a si mesmo, quem continua usando máscara ajuda a cuidar de pessoas com baixa imunidade ou crianças que ainda não puderam ser vacinadas contra a covid-19.
De acordo com o Ministério da Saúde, mais da metade do público infantil entre 5 e 11 anos ainda não recebeu a imunização. Menores de 5 anos nem tiveram a chance de receber a vacina.
Mesmo quando a pandemia chegar ao fim, a população pode continuar se beneficiando pelo uso de máscaras no combate a outras doenças respiratórias. “Houve uma redução acentuada no número de casos novos de Influenza no período mais intensivo do uso de máscaras entre 2020 e 2021”, informou Bandeira.
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Fonte: Agência Brasil, Ministério da Saúde