Número de hospitalização de idosos com mais de 90 anos diminuiu, enquanto internações de pessoas de 30 a 39 anos cresceu 50%
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O número de internações de idosos com mais de 90 anos por coronavírus caiu de 528, registrado na última semana de janeiro, para 425 até a primeira semana após o início da campanha de vacinação no Brasil, queda de 20% um mês após o início da imunização. Os índices também diminuíram para aqueles com 60 anos ou mais em cerca de 2,5%.
Em São Paulo, a Secretaria Municipal da Saúde divulgou que as internações de pessoas de 85 a 89 anos caíram 51,3% entre janeiro e fevereiro. Além disso, as mortes também apresentaram queda para essa faixa etária: em janeiro, foram 146 e, em fevereiro, 76 óbitos.
Na capital carioca as internações diminuíram 30% para idosos de 90 anos ou mais. As mortes também registraram queda de 34%, segundo o município do Rio de Janeiro, sendo 53 em janeiro e 35 em fevereiro. Já em Pernambuco, houve queda de 29% na procura de leitos de hospital para pessoas acima de 85 anos.
Em contrapartida, o nível de hospitalização de pessoas de 30 a 39 anos subiu de 1.292 para 1.767, um aumento de 50%. O número geral de internações passou de 16.699 para 18.347, representando crescimento de 10%. Os dados foram apurados pelo Estadão por meio do sistema SIVEP-Gripe, do Ministério da Saúde.
Para Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, os índices mostram-se promissores principalmente para os grupos de pessoas com idade mais avançada, que são considerados de alto risco.
Em entrevista ao Estadão, ele afirmou que os números comprovam resultados de estudos realizados por países da Europa, que já estão com a campanha de imunização acelerada e têm observado menores taxas de mortes e contaminação utilizando doses da Pfizer e Astrazeneca.
Para a Coronavac, o especialista afirma que ainda não existem pesquisas como essa, mas espera-se que haja resposta dos imunizantes mesmo antes da aplicação da segunda dose.
Apesar de as expectativas serem boas, os especialistas dizem que ainda é cedo para afirmar que a imunização tem total impacto na diminuição das internações observadas, mas há grande probabilidade de que isso seja verdade, já que é o que vem acontecendo em outros países.
O fato é que a situação dos leitos hospitalares não é nada boa, como mostram os números. A maioria dos hospitais de todas as regiões está sem novos leitos de UTI e com pacientes menos graves ocupando os quartos para internações.
Segundo o painel do Monitora Covid-19, da Fiocruz, 24 estados do País estão com leitos de UTI em situação crítica de ocupação. A última atualização desses dados, monitorados manualmente em cada uma das secretarias de saúde dos estados brasileiros, é de 15 de março deste ano.
De acordo com os dados da Fiocruz, mais de 10,4 milhões de pessoas já tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19, o que representa 6,5% da população. Já entre os que tomaram a segunda dose, foram cerca de 3,79 milhões, ou 2,37% da população brasileira.
O Monitora Covid-19 prevê que ainda faltam 907 dias para que todos recebam a primeira dose e 1.685 dias até que sejam imunizados completamente com a segunda dose. Isso quer dizer que o País levaria mais de quatro anos e meio para que a população esteja totalmente segura e com todas as doses aplicadas.
Enquanto a imunização caminha a passos lentos, o número de mortes no Brasil começa a bater recordes. Segundo o Ministério da Saúde, já foram contabilizadas 248.775 mortes no País até o último dia 17 de março.
De acordo com o pesquisador Juarez Cunha, é preciso avançar rapidamente com a imunização para garantir a redução do número de casos, de hospitalização e de mortes. “A aceleração da vacina é imprescindível não só para salvar vidas, mas também para reduzir a pressão sobre o sistema de saúde em momentos críticos”, afirmou ao Estadão.
Além da imunização da população brasileira de forma mais ágil, é preciso que todos continuem seguindo os protocolos de segurança contra a covid-19, recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde.
É preciso evitar aglomerações, só sair de casa quando for realmente necessário, usar máscara de proteção e higienizar as mãos com álcool em gel 70%, medidas preventivas que ajudam a conter a proliferação da doença e o número de mortes.
Fonte: Brasil.IO, Ministério da Saúde, Estadão, Fiocruz, Secretaria Municipal de Saúde RJ, Secretaria Municipal de São Paulo.