Especialista explica o que é ceratocone e dá dicas para prevenir e tratar a condição
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Coçar os olhos é tentador às vezes, mas esse hábito pode levar a doenças como o temido ceratocone. Comum entre crianças e jovens de 10 anos a 25 anos de idade, é conhecido por mudar o formato da córnea, camada transparente que reveste a íris e é uma peça-chave do sistema ocular. A película responde por 70% do processo de refração, mecanismo que permite a formação das imagens que o ser humano vê.
Quando alguém coça demais os olhos, a córnea pode lacear e ganhar um formato cônico, daí vem o nome da doença, originário do grego “kerato” (córnea) e “konos” (cone).
A mudança estrutural leva a um astigmatismo específico, chamado astigmatismo irregular, que não pode ser corrigido com óculos de grau e evolui com o passar dos anos.
Os riscos do surgimento de um ceratocone são maiores em pessoas cuja córnea é mais maleável, segundo a oftalmologista Luciane Moreira, professora da Universidade Positivo (UP). Isso explica por que o fator genético interfere na incidência da doença.
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Para descobrir essa maleabilidade e a curvatura do tecido, os médicos realizam vários exames, sendo o principal deles a topografia de córnea. Caso o ceratocone seja identificado, o tratamento pode ser feito por meio de lentes de contato, do transplante de córnea ou do procedimento cirúrgico chamado crosslinking, que a torna mais firme e evita a progressão do astigmatismo irregular.
Confira quatro dicas de Moreira para prevenir o ceratocone.
Pessoas com histórico familiar dessa condição devem redobrar os cuidados para preveni-la. Outra disfunção que demanda alerta é o astigmatismo regular. Comum em boa parte da população, ele pode ser corrigido com óculos e não progride ao longo dos anos, diferentemente do astigmatismo irregular, que é causado pelo ceratocone. Entretanto, ambos os tipos são deformidades na córnea e indicam certa propensão a mudanças na estrutura do tecido.
Lembrando que, mesmo sem nenhum caso na família, é importante se atentar à prevenção. “O fator genético pesa, mas não é o único aspecto que pode impactar”, alerta a oftalmologista.
Embora coçar os olhos pareça um gesto inofensivo, ele pode danificar a córnea a longo prazo e ainda contribuir para a proliferação de bactérias ou aparecimento de lesões e conjuntivites. “Coce as costas, a cabeça, o nariz, mas não os olhos”, brinca a médica.
Caso tenha uma coceira que incomode muito, a especialista indica o uso de colírios lubrificantes. “E se as coisas não melhorarem, marque uma consulta oftalmológica. Pode ser uma alergia grave que precise ser tratada, por exemplo”, diz Moreira.
Cuidar da saúde ocular é fundamental, e um médico ajuda tanto no que diz respeito à prevenção quanto ao diagnóstico precoce do ceratocone. Se você tem por volta dos 20 anos, por exemplo, e tem um grau de astigmatismo que começa a progredir rapidamente, o especialista vai a fundo para descobrir o que há por trás dessas mudanças. A identificação precoce do ceratocone é crucial para conter o avanço do problema e perdas significativas na visão.
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Fonte: Luciane Moreira, oftalmologista e professora da Universidade Positivo. Revista do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Revista Brasileira de Oftalmologia.