Embora muitas das ocorrências possam ser prevenidas e evitadas, Brasil poderá ter 79 mil novos casos a mais de câncer somente em 2023
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O câncer é uma das principais causas de morte no mundo, com mais de 10 milhões de óbitos a cada ano. O aprofundamento das pesquisas e a evolução das tecnologias da Medicina permitem a prevenção e o diagnóstico precoce de tumores; no entanto, a doença deve apresentar crescimento nos próximos três anos.
O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que 704 mil novos casos de câncer devem ser diagnosticados por ano entre 2023 e 2025, em comparação a 625 mil novos casos da doença no triênio anterior. Isso significa que 237 mil casos a mais devem surgir nos próximos três anos, uma média de 79 mil novos casos a mais por ano.
A estimativa do órgão utiliza bases de dados de incidência e mortalidade para calcular as estimativas de câncer. O Inca espera que as informações sirvam de subsídio para a conscientização na adoção de boas práticas de controle do câncer entre pesquisadores, profissionais de Saúde, gestores, comunicadores e toda a sociedade.
Entre 2023 e 2025, o Inca estima que o câncer de pele não melanoma será o mais comum em todas as regiões, representando cerca de 31,3% do total de casos, atingindo pessoas de todos os gêneros, independentemente da condição socioeconômica. Em seguida, estarão tumores de mama e de próstata, que sofrem influência do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Os novos casos de tumores do triênio devem se concentrar no Sul e no Sudeste, já que o órgão estima que 70% dos registros estão previstos para as duas regiões. Excluindo o câncer de pele, tumores nas mamas deverão ser os mais comuns, com risco de 71,44 ocorrências por 100 mil habitantes no Sul e de 84 ocorrências por 100 mil no Sudeste. Em seguida, estarão câncer de próstata, de cólon e de reto.
A tendência se inverte no Centro-Oeste, no Norte e no Nordeste, onde o câncer de próstata deverá ser o mais recorrente, o que pode ser atribuído a questões socioculturais de resistência aos exames preventivos. O câncer de mama deverá ser o segundo mais incidente, seguido por tumores no colo do útero e câncer colorretal.
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A Organização Panamericana da Saúde (Opas) aponta que 40% dos casos de câncer podem ser prevenidos ao se evitar fatores de risco, por isso organizações médicas, como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), realizam ações constantes para a conscientização sobre riscos, diagnóstico precoce e hábitos saudáveis.
Embora o Outubro Rosa (dedicado à prevenção de câncer de mama), o Novembro Azul (próstata) e o Dezembro Laranja (pele) sejam os mais conhecidos da população, as campanhas mensais incluem ações de conscientização sobre câncer cervical (Janeiro Verde Piscina), leucemia (Fevereiro Laranja), tumores colorretais (Março Azul), testículos (Abril Lilás), cérebro (Maio Cinza), pulmão (Agosto Branco) e até em animais (Setembro Lilás).
A prevenção do câncer pode ser feita evitando fatores de risco como tabagismo, consumo excessivo de álcool, falta de atividade física e baixo consumo de frutas e vegetais. Além disso, a vacinação contra o vírus do papiloma humano (HPV) pode reduzir em até 90% alguns casos de câncer.
Fonte: Medicina SA, Instituto Nacional do Câncer (Inca), Organização Panamericana da Saúde (OPAS)