Como Índia e Japão ensinam o mundo sobre cuidados com idosos - Summit Saúde

Como Índia e Japão ensinam o mundo sobre cuidados com idosos

3 de abril de 2022 4 mins. de leitura

A velhice crescente é uma realidade em inúmeros países, que precisam adequar suas políticas sociais

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Um desafio comum para todas as economias mundiais é aprender a manejar da melhor forma possível a saúde da população idosa, já que a tendência é o aumento da expectativa de vida populacional em inúmeros países. Os Estados Unidos, que até 2018 tinham 52 milhões de idosos, terão pelo menos 95 milhões em 2060.

Nesse cenário, o Japão se destaca como uma possível amostra do que está para acontecer com as demais nações. Com uma grande população de idosos (por conta da taxa de natalidade baixa e diminuição da imigração) que deve ser reduzida em cerca de 40 milhões até 2065, o País deve ter um terço de seus habitantes na terceira idade até 2036.

Contexto japonês e indiano

Enquanto na Índia prevalece o cuidado familiar com idosos, Japão se move para independência deles. (Fonte: Pixabay)
Enquanto na Índia prevalece o cuidado familiar com idosos, Japão se move para a independência deles. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

Na Índia, os grandes grupos familiares agregados ainda são comuns. Os cuidados com os familiares mais velhos normalmente recaem sobre as representantes femininas. Então, 41% das pessoas com 60 anos ou mais vivem com o cônjuge e os filhos adultos; enquanto 28% vivem com os filhos adultos, mas sem cônjuge, de acordo com Longitudinal Aging Study in India (Lasi), de 2020.

Diferentemente de países como a Índia, onde o cuidado familiar prevalece, principalmente realizado em casa pelas filhas, o Japão tem a necessidade de um sistema do governo que forneça cuidados a longo prazo. Em 2000, eram 67% das mulheres entre 25 e 64 anos empregadas formalmente.

Seguro de Cuidados de Longo Prazo

Logo no início dos anos 2000, o governo japonês lançou o Seguro de Cuidados de Longo Prazo (LTCI) com a ideia, justamente, de transferir o cuidado das pessoas com mais de 65 anos de casa. Eles passam a receber um apoio que pode incluir a residência em um lar de idosos e outras necessidades pessoais. O dinheiro destinado aos tratamentos é direcionado diretamente aos estabelecimentos responsáveis, e não ao beneficiário.

Entre as mudanças promovidas pelo programa estão os 600 mil cidadãos a mais entre 2000 e 2018 atuando como força de trabalho — em sua maioria mulheres que deixaram preocupações familiares com idosos. Apesar disso, no mesmo intervalo de tempo, o número de pessoas em idade ativa diminuiu em 11 milhões.

Em casa é melhor?

Famílias indianas costumam manter cuidados da velhice em casa. (Fonte: Pixabay)
Famílias indianas costumam manter cuidados da velhice em casa. (Fonte: Pixabay)

Ainda permanecem questionamentos sobre a diferença da qualidade do tratamento prestado por pessoas próximas ou por serviços especializados. France Légaré, pesquisador da L’Université Laval, em Quebec (Canadá), realizou uma pesquisa em 2017 com 19 revisões em sete países para descobrir qual desses tratamentos traria melhores resultados.

No entanto, o profissional não encontrou nenhum resultado conclusivo. Por isso, ele defende que um modelo híbrido seria o melhor caminho a seguir: o idoso permaneceria em casa o tempo necessário para receber cuidados e atenção da família, mas sem atrapalhar o desenvolvimento profissional das mulheres.

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Cada país tem uma realidade socioeconômica diferente e, portanto, não é possível indicar uma única alternativa para solucionar a crise de cuidados a longo prazo que o mundo está prestes a vivenciar.

Seja com soluções tecnológicas, programas de incentivo financeiro ou o apoio ao tradicional cuidado residencial, a solução encontrada pode ser diferente em cada parte do mundo ou pode resultar em uma combinação de todas essas.

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Fonte: Nature.

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