A OMS alerta que não existe quantidade padrão segura para o consumo de álcool
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que não há um padrão de ingestão de álcool que seja seguro. O consumo de bebida alcoólica provoca consequências para o organismo, contribuindo para desfechos cardiovasculares e cerebrais, por isso a prática de abstinência, ainda que apenas por um mês, tem benefícios para a saúde.
A desistência do consumo de álcool durante 30 dias é uma oportunidade de permitir ao corpo uma recuperação adequada da substância tóxica. O October Sober (outubro sóbrio, em tradução livre) surgiu no Reino Unido como uma campanha para arrecadar recursos para instituições que atuam contra o câncer, mas se espalhou pelo mundo.
Veja o que acontece com o corpo após um mês de abstinência alcoólica.
Os efeitos tóxicos do álcool duram mais tempo que a ressaca. Assim que a ingestão de bebida alcoólica é iniciada, o fígado é o primeiro órgão que começa a lutar para desintoxicar o organismo, liberando enzimas para quebrar a substância e facilitar a eliminação dela. No entanto, os efeitos negativos podem durar semanas.
A ingestão da bebida alcoólica atrapalha o sono restaurador, fazendo que a pessoa se sinta menos descansada e fique propensa à sonolência diurna. A desidratação causada pela substância provoca dores de cabeça, o que atrapalha a concentração. Isso começa a melhorar após uma semana de abstinência.
O consumo de álcool dispara a produção de ácido estomacal, o que causa danos ao revestimento do estômago e diminui a capacidade do organismo de eliminar bactérias, aumentando as chances de refluxo gastroesofágico. A produção de ácido e de revestimento estomacal se normaliza após duas semanas de abstinência alcoólica.
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O consumo excessivo de álcool contribui para a elevação de gordura no fígado. A partir da terceira semana sem consumir a substância, o órgão começa a se regenerar, reduzindo a inflamação. A pessoa também pode perder peso, sobretudo na cintura, uma vez que as bebidas alcoólicas são altamente calóricas.
O consumo regular de cerveja, caipirinha e outras bebidas alcoólicas aumenta a pressão arterial, o que gera o risco de desenvolvimento de doenças graves, como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC). A situação melhora a partir da quarta semana, com redução significativa da tensão nas artérias.
O álcool contribui, ainda, para o envelhecimento prematuro, podendo ocasionar pele avermelhada, manchada ou inchada. Após um mês de sobriedade, a pele começa a ficar com mais saúde, o que se reflete no brilho e na beleza. A quantidade de açúcar no sangue também cai, reduzindo o risco de desenvolvimento de diabete tipo 2.
A recuperação do organismo de pessoas com alcoolismo, mesmo que leve, costuma demorar mais tempo. A reabilitação requer tratamento específico e, muitas vezes, exige internação. Os sintomas podem durar meses e incluem crise de abstinência com alterações na saúde mental, como alucinação e tremores.
Segundo a OMS, 3 milhões de pessoas morrem por ano devido ao uso nocivo do álcool, em especial homens. O diagnóstico da doença e o tempo da desintoxicação dependem da quantidade e do tempo de consumo, da idade, do peso, do gênero, de fatores genéticos e de saúde em geral.
Fonte: Independent, Daily Mail, Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
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