Febre maculosa: conheça as causas e como evitar a doença do carrapato

16 de junho de 2023 5 mins. de leitura
O Ministério da Saúde confirmou mais de 50 casos, com oito óbitos, decorrentes da febre maculosa nos últimos seis meses

O Brasil registrou mais de 50 casos, com oito mortes, devido à febre maculosa no primeiro semestre de 2023, de acordo com dados do Ministério da Saúde. O primeiro surto recente foi identificado na região de Campinas (SP), em pessoas que apresentaram febre, dores musculares e erupções vermelhas após frequentarem um evento em uma fazenda.

Nos últimos 10 anos, o País confirmou mais de dois mil casos da doença, com 700 óbitos. O Sudeste concentra mais da metade dos pacientes infectados e quase 90% das mortes. Apesar de responder por 20% dos casos confirmados no período, o Estado de São Paulo acumula mais de 60% das mortes registradas.

A patologia não é transmissível diretamente pelo contato entre pessoas, mas pode causar alta taxa de letalidade quando não tratada. Devido a seus sintomas comuns, a febre maculosa pode ser confundida com outras doenças, como a dengue. O diagnóstico é realizado a partir de exames laboratoriais, e o tratamento é feito com antibióticos.

O que causa a febre maculosa?

Carrapato-estrela é o principal vetor da bactéria causadora da febre maculosa. (Fonte: Prefeitura de Jundiaí/Divulgação)

A febre maculosa é uma doença infecciosa causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida aos seres humanos pela picada de carrapatos-estrela infectados, presentes em áreas rurais, florestas e regiões com vegetação densa. Após a transmissão da bactéria, ocorre um período de incubação que varia de 2 a 14 dias, no qual a pessoa não apresenta sintomas.

A doença do carrapato causa sintomas como febre alta, dor de cabeça intensa, calafrios, fadiga, dores musculares e articulares, além de mal-estar geral. Após alguns dias, podem surgir outros sintomas, como erupção cutânea característica. Essa erupção geralmente começa nas mãos e pés e se espalha para o tronco.

Se não for tratada precocemente, a febre maculosa pode progredir e causar complicações graves, como insuficiência respiratória, disfunção renal, danos hepáticos, problemas neurológicos, coagulação intravascular disseminada e até mesmo óbito. Portanto, a detecção precoce e o tratamento imediato são fundamentais para prevenir complicações graves.

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O que fazer se for picado por carrapato-estrela?

Quanto antes o carrapato for removido corretamente, menores são as chances de infecção pela febre maculosa. (Fonte: GettyImages/Reprodução)

Nem todos os carrapatos estão infectados com a bactéria causadora da febre maculosa. Entretanto, em áreas de ocorrência da doença, é fundamental redobrar a atenção em caso de picada. Além de Campinas, os locais com maior incidência da doença são os municípios de Piracicaba, Assis e Sorocaba.

Assim que a picada for percebida, o carrapato deve ser removido o mais rápido possível. Isso pode ser feito com uma pinça fina e pontiaguda, agarrando o inseto o mais próximo possível da pele e puxando-o suavemente, em linha reta, sem espremer o seu corpo. Após a remoção, a área da picada deve ser higienizada com água e sabão para reduzir o risco de infecção.

É útil anotar a data da picada, pois pode ajudar no diagnóstico mais preciso. A pessoa deve ficar atenta a quaisquer sinais de infecção ou reações adversas. Em caso de sintomas, o atendimento médico deve ser procurado imediatamente. A identificação precoce e o início rápido do tratamento são fundamentais para evitar complicações.

Como prevenir a febre maculosa?

A febre maculosa não possui vacina, e o principal mecanismo de prevenção da doença é evitar a picada do carrapato-estrela infectado pela bactéria transmissora. Por isso, não é recomendável visitar matas e participar de atividades em áreas rurais onde há registros da doença. Caso a visita seja necessária, a pessoa deve tomar uma série de cuidados.

O uso de botas, meias por cima das calças, roupas compridas e claras contribui para reduzir a exposição da pele aos carrapatos e facilita a identificação dos parasitas. Periodicamente, faça uma observação minuciosa da pele em busca de carrapatos. Caso algum seja encontrado, deve ser removido imediatamente.

Os repelentes contendo N-N-dietil-meta-toluamida (DEET) em concentrações mais elevadas são eficientes tanto contra mosquitos quanto contra carrapatos. A aplicação do produto deve ser realizada principalmente após períodos de transpiração intensa ou exposição à água, e reaplicada de forma periódica.

Fontes:  Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Agência Brasil, Prefeitura de Jundiaí, Ministério da Saúde, Governo de SP, Ministério da Saúde

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