Quando não tratada, a ansiedade pode afetar o desempenho escolar e contribuir para o desenvolvimento de problemas na vida adulta
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Transtornos de ansiedade são comuns na infância e na adolescência, afetando cerca de 10% a 15% da população nessa faixa etária, principalmente meninas. Embora a ansiedade seja uma emoção normal, um nível excessivo e persistente dela pode afetar negativamente o desempenho escolar e a vida social da criança.
A ansiedade não tratada na infância pode persistir na idade adulta, levando a uma ampla gama de problemas, como dificuldades de relacionamento, baixa autoestima, transtornos de humor e até dependência de substâncias nocivas. Portanto, é importante que pais e cuidadores estejam atentos aos sinais de ansiedade de filhos, inclusive em bebês.
Existem vários tipos de transtorno de ansiedade, cada um com características e sintomas específicos que podem se manifestar em diferentes idades. Entre eles estão transtorno de ansiedade de separação, fobia social, mutismo seletivo, transtorno de ansiedade generalizada, fobias específicas, transtorno do pânico e agorafobia.
Confira os oito principais indicativos do transtorno.
A dificuldade para dormir, a ocorrência de pesadelos e a diurese noturna (o “xixi na cama”) são indicativos de que a criança pode estar sofrendo de ansiedade. Como esses sinais podem ser confundidos com outros problemas, podem passar despercebidos.
Se a criança está apresentando sinais de nervosismo excessivo e dificuldade para lidar com situações cotidianas, pode ser indicativo de ansiedade. Esses sintomas podem variar, mas geralmente incluem sentimentos de nervosismo, sobrecarga e apreensão.
Sensação de fraqueza, diarreia, dor no estômago e na cabeça são efeitos colaterais comuns de ansiedade entre crianças. Se os sintomas acontecem com frequência como uma desculpa para evitar a escola ou realizar outra atividade, pais e responsáveis devem ficar atentos.
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É normal que filhos tenham medo de ficar sozinhos, separados dos pais. No entanto, quando os episódios de choro ficam mais recorrentes, podem ser um indicativo de ansiedade da separação. Esse é o transtorno mais comum em crianças abaixo de 12 anos, segundo dados do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS).
A alteração dos hábitos alimentares pode ser uma estratégia de crianças para o enfrentamento da ansiedade. Elas podem perder o apetite ou comer quando não estão com fome. Se houver mudança brusca na alimentação, pode ser um sinal do transtorno.
Acessos de raiva ou frustração podem ser resultado de pensamentos e sentimentos ansiosos. As crianças com ansiedade muitas vezes têm dificuldade para controlar os impulsos e esperar algo que desejam, o que pode levar a uma sensação de urgência constante e a uma dificuldade de lidar com a incerteza.
Quando as crianças estão ansiosas, a mente delas fica ocupada com pensamentos e preocupações constantes, tornando difícil a concentração em tarefas ou atividades. Elas podem parecer distraídas, desorganizadas ou esquecidas. Além disso, a ansiedade pode fazer as crianças evitarem atividades que acham estressantes ou difíceis.
A ansiedade infantil pode afetar a maneira como uma criança se vê e a percepção das próprias habilidades, levando a uma autoavaliação negativa. O transtorno também pode gerar preocupação excessiva com o julgamento dos outros, o que pode aflorar sentimentos de inadequação.
A ocorrência de um ou mais sinais de ansiedade não significa que a criança está sofrendo de ansiedade. De qualquer maneira, é um alerta importante para que pais ou responsáveis procurem pediatras ou psicólogos infantis para diagnosticar e, se for o caso, tratar a saúde mental dos filhos. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maiores são as chances de prevenir complicações futuras e ajudar a criança a lidar com as emoções de forma saudável.
Fonte: Independent, Drauzio Varella, Hospital Albert Einstein