Pericardite e miocardite foram registradas em casos raros após a vacinação contra a covid-19 com RNAm
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Alguns casos raros de doenças do coração, como pericardite e miocardite, foram registrados nos Estados Unidos pela Food and Drug Administration (FDA) após a vacinação contra a covid-19 com imunizantes da Pfizer e Moderna. Ambos os fármacos utilizam a tecnologia do ácido ribonucleico mensageiro (RNAm).
Mas a vacina não é o maior risco para as pessoas. A probabilidade de desenvolver as duas doenças é 60 vezes maior em caso de infecções pelo coronavírus, de acordo com parecer técnico da Direção-Geral de Saúde (DGS) de Portugal. Além disso, outros fatores podem provocar esses dois problemas de coração.
Saiba o que é pericardite e miocardite e conheça tanto os sintomas como as diferenças entre essas doenças.
A pericardite é uma inflamação que afeta a membrana que reveste o coração, enquanto a miocardite, também conhecida como cardiopatia, é uma inflamação do músculo cardíaco.
As doenças ocorrem principalmente como consequência de infecções virais ou bacterianas, mas podem ocorrer também após exposição a medicamentos, substâncias tóxicas ou devido a doenças autoimunes.
A inflamação pode começar no miocárdio e se estender para o pericárdio, causando a miopericardite. Os sintomas e as complicações da condição depende do grau de envolvimento do miocárdio e a extensão para o pericárdio adjacente. Essa condição pode levar à insuficiência cardíaca, arritmias e, em casos mais graves, morte súbita.
Além disso, as inflamações no coração podem causar um aumento do líquido entre o pericárdio e o miocárdio, provocando o derrame pericárdico. A complicação, se abundante e repentina, pode resultar em tamponamento cardíaco, condição que requer intervenção imediata para drenar o excesso de líquido pericárdico e evitar a morte do paciente.
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Os sintomas tanto da miocardite quanto da pericardite envolvem dor no peito, falta de ar e sensação de ter um coração acelerado ou palpitante. Os casos de miocardite relatados pelo FDA após vacinação ocorreram principalmente em adolescentes do sexo masculino e adultos jovens, após a segunda dose e dentro de uma semana da aplicação do imunizante.
Não há medidas que possam ser tomadas para prevenção das doenças. Em caso de manifestação de sintomas específicos ou gerais, o paciente deve procurar um cardiologista imediatamente. O diagnóstico é confirmado por Eletrocardiograma (EEG), Ecocardiograma (ECG) e exames de sangue.
Os sinais de inflamação no coração podem durar de horas a meses. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a maioria das pessoas com miocardite ou pericardite que recebe atendimento responde bem ao tratamento, composto de medicamentos e repouso.
Geralmente, os pacientes podem retornar às suas atividades diárias normais após a melhora dos sintomas. No entanto, quem foi diagnosticado com miocardite deve consultar o cardiologista sobre o retorno a exercícios ou esportes.
A miocardite pode se apresentar de forma muito variável e, da mesma forma, pode ter evoluções muito diferentes. A recuperação completa é possível, mas, em alguns casos, a doença pode comprometer a função cardíaca.
Já a pericardite pode ser causada por uremia, trauma, infarto agudo do miocárdio, câncer e radioterapia. Os pacientes de casos mais graves costumam apresentar reincidência com características semelhantes à primeira ocorrência de pericardite aguda.
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Fonte: Pfarma, Food and Drug Administration (FDA), Sapo, Center of Diseases Control and Prevention (CDC).